"Assim que acabou a caminhada triunfal da seleção nacional masculina de futebol no Estádio Algarve (frente à equipa do Luxemburgo), pensei que estaria com algum problema na receção áudio da televisão lá de casa. Fui ver à Net se a questão também se colocava, e lá estava, exactamente, a mesma coisa. Para onde quer que me virasse, só consegui ouvir elogios à entrega e ao respeito que os jogadores orientados por Roberto Martinez tiveram pelos seus adversários. Então, agora dar cabazada já não faz mal? Não é prejudicial para o futebol?
Lembro-me sempre daquele brilhantismo e do entusiasmo dos 10-0 ao Nacional, em fevereiro de 2019, com Bruno Lage à frente da equipa. O SL Benfica foi cilindrado pelos seus detratores, justamente por ter atropelado a equipa madeirense orientada pelo antigo internacional português Costinha. Na altura, tudo foi apontado: que o Glorioso não sabia ganhar, que era um sinal da falta de competividade do campeonato nacional e uma falta de respeito pelo adversário. Falou-se da diferença de orçamentos entre as equipas, de tudo e um par de botas. Costinha pediu desculpa aos adeptos, considerou o resultado uma 'humilhação', e, durante largos dias, o mau da fita foi o Sport Lisboa e Benfica, porque não tinha tirado o pé.
Já na segunda-feira passada, num grupo de qualificação demasiado fraco para ser verdade, os 9-0 de Portugal ao Luxemburgo foram claramente elogiados, e, ainda o jogo não tinha chegado ao fim, já a narração e os comentários apontavam para previsões de dois dígitos, enquanto o público nas bancadas pedia 'só, só, só mais um'. E que isso, por si só, o não afrouxar do pé, representa respeito pelos adversários. De facto, tudo muda quando se trata do Benfica. Somos mesmo grandes, caramba!"
Ricardo Santos, in O Benfica
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