"Que jogo!!! Mais que um dérbi, um clássico, uma final de Taça, uma final de Campeonato, uma "negra", uma final de Europeu ou Mundial. Mais que um ouro olímpico. Estamos (de facto) perante o "jogo das nossas vidas", aquele jogo de "mata-mata", aquele jogo de "vida ou morte".
Quem diria que tantas expressões usadas em sentido figurado e metafórico aplicadas ao contexto desportivo são, hoje em dia, aplicadas à vida de cada um de nós. Sem idade, sem raça, sem género, sem clube ou nacionalidade. Não tenho memória de um "jogo" tão difícil. E porque defrontamos um adversário (vírus) invisível, que não sabemos onde está, de onde vem ou quem o tem, porque não sabemos como nos pode atacar, mas que sabemos que "não joga à defesa", estamos todos convocados!!!
Por estas e outras razões, torna-se muito difícil a sua análise e observação (conhecê-lo, identificá-lo e caracterizá-lo), e quando não conhecemos o adversário (coisa rara nos dias de hoje), o ideal é recolher e aceitar os conselhos de quem possa estar mais e melhor documentado do que nós, e quem nos possa ajudar – autoridades de saúde (DGS) e responsáveis da nossa estrutura do SL Benfica de âmbito médico e preventivo. É exactamente isso que temos feito. Ouvimos e acatamos indicações e recomendações, e fazemos a nossa parte: sermos cada um de nós um agente da saúde pública.
Por agora, o jogo de futsal vai ter que esperar. Dói. Magoa. Diria mesmo que é angustiante. Ficamos "cheios de nada", olhamos à nossa volta e falta-nos o que nos acelera o sangue e o batimento cardíaco. Falta-nos o que nos deixa com "pele de galinha". Falta-nos o som da bola, da sapatilha, do golo, do público, dos cânticos e das palmas…! Falta-nos Uma Parte da vida, mas, neste momento, é a VIDA que temos de agarrar.
Vamos todos confiar na expressão de âmbito desportivo que nos diz que "defesa ganha campeonatos" e "ataque" ganha jogos. E este… é um longo e difícil campeonato, e quanto mais nos defendermos, mais perto estaremos de vencer! E vamos conseguir!!! Mas desta vez… separados!!!
Parece contraditório, para nós, que temos como sentimento comum "nenhum de nós ser mais forte sozinho do que todos nós juntos", que agora seja estritamente necessário o contrário: "Nenhum de nós é mais forte junto do que todos nós separados." A vida e o desporto sempre a ensinar-nos! Mas aprendemos e vencemos. E vamos conseguir! Encontremos nesta "dificuldade" muitas "oportunidades".
Por enquanto, "hoje" um agente da saúde pública, "amanhã" um adepto na bancada. Saúde (protecção e cuidados) para todos e todas.
Joel Rocha"
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