"Enquanto na semana passada, com a ausência de jogos do Futebol sénior da nossa Equipa de elite, vivíamos dias atípicos em Portugal, obviamente devemos destacar no plano desportivo a notável conquista da Supertaça consumada pelas 'Papoilas': as nossas campeãs da Equipa principal de Futebol Feminino coroaram a sua primeira época de actividade de modo verdadeiramente histórico, ao vencerem o conjunto do Sporting Clube de Braga, no jogo definitivo entre os clubes campeões nacionais da Primeira e Segunda Divisões que voltavam a defrontar-se nesta final, depois de já termos conquistado também o Campeonato da segunda linha, bem como a Taça de Portugal, de forma igualmente concludente e implacável. Este terceiro título consecutivo ganho num primeiríssimo ano de acção, em todas as três competições disputadas - das quais, dois torneios incluíam equipas de divisões distintas - representará, tanto quanto me é dado conhecer, um registo inédito na História do Sport Lisboa e Benfica e, talvez mesmo, nunca antes alcançado, em moralidade alguma, no palmarés desportivo nacional.
Se estas três primeiras vitórias representam inequívocos significados de competência estrutural e de talento e capacidade desportiva que nos enchem de orgulho, às vésperas do inicio da segunda época de trabalho, o 'Benfica-Mulher' irá agora partilhar pela primeira vez, e por adquirido direito próprio, a competição mais relevante e as restantes, em que, finalmente, passa a defrontar regularmente os mais importantes conjuntos femininos do nosso país. Os Benfiquistas sentem-se confiantes na eficácia dos métodos e nas escolhas que a estrutura das 'Papoilas' estabeleceu para o futuro imediato das nossas equipas femininas. Tanto mais que, como estou seguro, as nossas meninas estarão avisadas de que a partir de agora as suas responsabilidades se encontraram num plano mais elevado, para o que não existe aqui qualquer outra solução relativamente à gestão das nossas mútuas expectativas: o registo de exigência dos adeptos do Benfica já se ajustou completamente ao que elas já tiveram o enorme mérito de atingir...
A impressionante hospitalidade que envolveu a relevante embaixada do Benfica presidida por Luís Filipe Viiera na viagem à capital de Cabo Verde confirma em absoluto os poderosos laços de afecto e dedicação que ligam os nossos irmãos ao Benfica e que hão de amarrar para sempre o Campeão dos Campeões ao admirável país do arquipélago. 'Não se pode descrever o que nos deram a sentir!', diz-me alguém que participou da inesquecível viagem à Cidade da Praia, para inauguração da primeira Casa do Benfica 2-0.
E eu acredito; sobretudo a avaliar pelo conjunto de reportagens dos enviados da BTV e de outros canais de televisão, em que eram evidentes e constantes os testemunhos de entusiasmo e vibração benfiquista da população praiense. Nesta mesma semana, mas noutra paisagem africana, também foi comovente uma impressiva evocação que o Papa Francisco entendeu dever fazer em língua portuguesa, no ambiente próprio, em Moçambique, do nosso saudoso Eusébio e, de modo directo, ao grupo de homens que o acolheu em Portugal, de modo a lhe permitir realizar os seus sonhos pessoais...
Esta semana, afinal, deu-nos sinais muito claros e muito bonitos e voltou a apontar-nos os caminhos que há muito são evidentes para os Benfiquistas: somos mais 'globais', e portanto mais fortes ainda, quando falamos em português. Quando falamos e ouvimos sobre os nossos. E com os nossos. Em português."
José Nuno Martins, in O Benfica
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