Últimas indefectivações

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Um bando de Super Wings à solta

"A discussão que mais interessará à maioria dos adeptos portugueses – e que os fará seguir a 2.ª volta da Liga de forma aguerrida e apaixonante – chegou à Turquia. Depois de ter enfrentado o FC Porto na fase-de-grupos da Champions League, o encontro com o Benfica para a Liga Europa fez Fatih Terim e Fernando discordarem publicamente sobre a tal questão. Quem é afinal mais forte? Benfica ou FC Porto? E a julgar pelo Galatasaray-Benfica, desta quinta-feira, levanta-se uma resposta óbvia: o Gala é (bem) mais fraco que os dois. E foi a observação de uma equipa com padrões de posse que a levam a perder bolas e a decompor-se várias vezes num só jogo, que levou a que Bruno Lage jogasse uma cartada importante para as suas contas, quer na Europa, quer na Liga. Não assustou assim (muito menos a quem sabia da forma como o campeão turco iria abordar a partida) que Lage tivesse deixado Pizzi, Jonas ou Grimaldo em Portugal. Não assusta também que os putos Ferro, Florentino (acompanhados de Corchia ou Yuri Ribeiro) fizessem companhia aos já mais rotinados Félix e Rúben Dias, porque Lage sabia ao que ia. E sabendo, nunca teve dúvidas de que quanto mais bola a equipa de Terim tivesse, mais hipóteses teria um Benfica, bastante bem organizado defensivamente, de congelar o inferno turco.
A conceder bola mas posicionado em zonas que o levassem a criar (imenso) perigo em transição, o Benfica comportou-se como um felino em Istambul. Isto porque, mais uma vez, observando padrões, não seria difícil de perceber que, mais cedo ou mais tarde, o ideário de Terim acabaria por trair a própria equipa. Tentando construir apoiado sem a qualidade necessária, sem a tranquilidade ou talento (sequer) para tanta bola, a estratégia embateu na de Lage que, por mais realista, se tornou superior também com a ajuda de outro erro que não as perdas de bola em zona proibida. E o Benfica, sabemos, pode deixar Pizzi e Jonas em Lisboa (pensadores) que teria sempre na Turquia quem se posicionasse de forma felina e em dois, três toques levasse tranquilidade para 21 de Fevereiro na Luz. Ainda para mais, quando o Gala se auto-mutilou ao conceder o penálti que haveria de deixar Salvio abrir o marcador.
E se um golo fora é bom, dois é bem melhor. E um, claro está, ajudaria à construção do outro, pois a partir do momento em que se encontrou em desvantagem, mais clareiras abriria um Galatasaray que precisava de um golo como de pão para a boca. E não obstante o facto de o ter conseguido, o registo do jogo não mudaria. Estaria para breve outro erro normal para quem tanta bola tem mas pouco faz com ela (o golo sofrido será facilmente dissecado e evitado nos jogos seguintes). E essa falta de acutilância, dizia, jogando contra o Benfica… é um certificado de óbito. O mesmo que já declarou a morte de vários adversários e que relança a tal discussão: é o Benfica mais forte que o FC Porto? Se o jogo oferecer transições como este… será de certeza. Mas todos sabemos (apoiados naquele que foi o encontro entre as duas equipas) que evitá-las e aproveitar as falhas encarnadas na saída-de-bola (que ainda ontem se notaram e que poderão trair o Benfica quando precisar de procurar golos em organização ofensiva) também estarão na balança de jogos onde a qualidade individual se iguala. E fica ainda por saber o que realmente valerá o plano de Bruno Lage quando as transições não puderem decidir jogos. O que, claramente, não foi o caso num jogo que deixa as águias com pé-e-meio nos oitavos, reencontrando também o nível que se espera quando o clube da Luz joga na Europa do futebol."

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