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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Recital de maturidade juvenil

"Florentino, pelo estilo tranquilo e confiante, mais parecia um veterano entre juniores

Boa entrada do Benfica
1. Primeiros quinze minutos de controle do Benfica. Com uma equipa renovada, Lage abordou o jogo sem amarras e, solta, a equipa abordou o jogo sem receios e na intenção de conquistar o seu domínio. Com duplo pivô no meio campo composto por Gedson e Florentino - este com menos liberdade para sair de perto dos centrais - os dois miúdos da cantera seguravam o jogo e trabalhavam intensamente para ligarem o jogo da equipa e tornarem o bloco coeso.
As várias mudanças operadas pelo treinador do Benfica não se faziam sentir, tal o descaramento desta nova equipa do Benfica para porem a nu as deficiências da desequilibrada equipa turca. Surpreendidos pela entrada de rompante dos encarnados, os turcos revelavam dificuldades em assentar o seu jogo.

Reacção emocional
2. Solta e sem recear o fantástico ambiente turco, a equipa lisboeta iniciava a construção do seu jogo a partir de zonas muito recuadas e o duplo pivô de médios que colava e equilibrava o jogo do Benfica, entregava a bola a João Félix ou aos médios dos corredores que apoiados pelos laterais que amiúde se projectavam, e procuravam servir o irrequieto e nómada Seferovic, para depois a equipa agredir a baliza de Muslera. Nesta fase de jogo era visível que sempre que o jogo ganhava vertigem e as transições assumiam destaque, a equipa da casa sentia-se confortável, apesar das dificuldades manifestadas pelo seu sector mais recuado, principalmente pelo lado direito. Apesar de algum sub-rendimento de Salvio e Cervi para definirem melhor o enleante e associativo jogo do Benfica, os de Istambul demoraram quinze minutos para entrarem no jogo, mas quando o fizeram, começaram a incomodar de forma constante Odysseas. Pressionantes, os turcos foram encostando os portugueses às cordas e falharam escandalosamente uma oportunidade de golo. O jogo complicava-se para o Benfica, mas um penálti de Marcão permitiu aos encarnados adiantarem-se no marcador e respirar melhor. Apesar da qualidade individual dos turcos e da agressividade ofensiva que emprestavam ao jogo, alguma anarquia táctica associada às oportunidades desperdiçadas, bem como as gritantes lacunas defensivas davam à equipa de Terim uma imagem de alguma desorganização e descontrole emocional nos duelos, o que dava o mote para motivar os pupilos de Bruno Lage.

Uma questão de classe
3. Apesar de cedo ter sofrido o golo de empate no recomeço do jogo, a equipa de Bruno Lage nã vacilou e manteve a sua organização colectiva: revelava conforto e disciplina nos 4 momentos do jogo. A entrada de Gabriel para o lugar de Salvio acrescentou mais segurança ao jogo luso e foi sem surpresas que em mais um desacerto defensivo dos turcos, o Benfica adiantou-se no marcador. Neste recital de concentração e capacidade para manter e circular a bola, sobressaiu o debutante Florentino, que pelo estilo tranquilo e confiante, mais parecia um veterano entre juniores. A dupla de centrais do Benfica mostrava solidez e Yuri, apesar de algum nervosismo nas abordagens, não permitiu veleidades a Feghouli - o Gala perdia alguma criatividade. Com o aproximar do final, Lage percebeu  que era tempo de ter mais gente no meio que escondesse a bola e a fizesse circular por canais mais seguros. Assim, juntou Krovinovic ao forte meio-campo e fechou o jogo. Excepção a uma defesa extraordinária de Odysseas, os turcos estavam engolidos e anestesiados num longo e vermelho colete de forças e não mais incomodaram os confiantes portugueses, que jamais perderam o controle da contenda."

Daúto Faquirá, in A Bola

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