"O dia de ontem ficou (como não podia ter deixado de ficar) marcado pelas reacções, vindas de todos os quadrantes, à poderosíssima mensagem de Fernando Gomes, um murro na mesa ou um grito de alerta daquele que é, neste momento, o dirigente português com maior prestígio a nível internacional. Sim, é verdade que o FC Porto goleou - com momentos espectaculares à mistura - o Portimonense, mostrando estar, a nível interno, mais do que preparado para a corrida pelo título, mas há dias (ontem foi um deles) em que um resultado, de qualquer equipa e mesmo que extraordinário, tem de passar para plano secundário em nome de interesses bem mais elevados.
As palavras do presidente da Federação Portuguesa de Futebol foram fortíssimas. E só podem merecer a concordância de todos os que amam o futebol - e até para os que o amam apenas por interesse, que também os há. Não foi, portanto, surpreendente o apoio que Fernando Gomes recebeu ao longo do dia. Surpresa (ou não, porque bem vistas as coisas só pode mesmo surpreender os ingénuos) foi a forma como os três grandes - mais FC Porto e Sporting, convenhamos, embora nenhum tenha ficado particularmente bem na fotografia - responderam ao apelo à paz com mais mensagens de guerra, provando (se de provas precisássemos) que as palavras deixaram, há muito, de ser suficientes. É preciso que quem tem, de facto, poderes para mudar o futebol português actue de forma séria e, acima de tudo, corajosa, nunca se vão entender. Será sempre cada um por si. Nem que haja uma (outra) tragédia."
Ricardo Quaresma, in A Bola
PS: Mesmo que tenha sido a 'medo', tenho que relevar que pela primeira vez, numa crónica de opinião, um jornaleiro tem a coragem de separar o Benfica dos outros!!! Eu sei que esta admissão é uma separaçãozinha, mas mesmo assim...!!!
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