"Lê-se no ponto 1.25, denominado Segmentos Operacionais, o seguinte: 'A Sporting SAD decidiu não apresentar informação por segmentos operacionais pelo facto de não identificar mais do que um segmento na sua actividade, de acordo com os requisitos da IFRS 8, pelo que a informação financeira disponibilizada coincide com o reporte por segmentos operacionais'.
Pois... mas decidiu mal! A Sporting SAD, através da sua administração, está a violar a IFRS 8.
Na (...) vamos reproduzir a demonstração dos fluxos de caixa da Sporting SAD, das épocas de 2015/2016 e 2016/17:
Esta demonstração dos fluxos de caixa corresponde, numa linguagem normal, às entradas e saídas de dinheiro. Imaginem que do bolso direito das vossas calças saía o dinheiro para pagamentos, e no bolso esquerdo das vossas calças entrava o dinheiro recebido.
A mesma demonstração divide-se em três partes distintas.
Actividades Operacionais - entradas e saídas correspondentes aos movimentos normais da sociedade;
Actividades de Investimento - entradas e saídas consideradas como investimento, onde incluíram as operações com jogadores;
Actividades de Financiamento - entradas e saídas de dinheiro referentes a financiamentos;
O valor do fluxo monetário gerado pelas actividades operacionais sem impostos foi negativo (de 4,945 M€), ou seja, quatro milhões, novecentos e quarenta e cinco mil euros negativos.
Ora, os resultados operacionais na perspectiva contabilística, ou seja, sem ser na perspectiva de dinheiro entrado, dinheiro saído, reflectidos na demonstração de resultados por natureza, foram de (16,925 M€), dezasseis milhões, novecentos e vinte e cinco mil euros negativos. Então, o que é que quer dizer isto?
Que, se o fluxo monetário da diferença entre receitas e despesas é menor, devendo ser maior, a Sporting SAD não pagou a diferença, ou seja, 11,980 M€ - onze milhões novecentos e oitenta mil - que ficou a dever a mais, não pagando. Só registou a factura, não o pagamento!
Quanto às actividades de investimento na perspectiva dos recebimentos e pagamentos efectivos em dinheiro, a sociedade apresenta um saldo positivo de 26,564 M€, ou seja, vinte e seis milhões, quinhentos e sessenta e quatro mil euros positivos.
Ora, os resultados de investimento na perspectiva contabilística, ou seja, sem ser na perspectiva de dinheiro entrado, dinheiro saído, reflectidos na demonstração de resultados por natureza, foram de 59,549 M€, ou seja, cinquenta e nove milhões, quinhentos e quarenta e nove mil euros positivos. Então, o que é que quer dizer isto?
Que, se o fluxo monetário da diferença entre receitas de investimento e pagamentos de investimento é menor, devendo ser maior, significa que a Sporting SAD não recebeu a diferença, ou seja, 32, 985 M€, trinta e dois milhões, novecentos e oitenta e cinco mil euros positivos não recebeu. Estão a dever-lhe.
Em síntese, deve mais e tem mais a receber?
Mas porquê uma diferença tão grande nas operações de investimento? Sabem porquê?
Porque a Sporting SAD contabilizou como proveito contabilístico os hipotéticos e futuros ganhos por objectivos dos contratos de venda, produzindo assim um maior resultado líquido.
Ora, este de contabilização viola a NCRF 21 Provisões, passivos contingentes e activos contingentes, que tem por base a Norma Internacional de Contabilidade IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes, adoptada pelo texto original do Regulamento (CE) n.º 1126/2008 da Comissão, de 3 de Novembro,
Mas há mais!"
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