"Terminou a janela de inscrições nas competições profissionais. Os jogadores com estatuto de desempregado mantêm a possibilidade de conseguir a tão desejada colocação, mas para o grosso dos atletas só em Janeiro haverá desenvolvimentos sobre a situação profissional. O sistema de transferências carece, indiscutivelmente, de reflexão. Se a intenção do regulador foi limitar os períodos de inscrições, garantir estabilidade contratual e competitiva, pacificando as relações entre os diferentes players no mercado, estamos muito longe de ver cumprido o objectivo.
Assistimos, repetidamente, à mercantilização dos jogadores, negociáveis quando convém, dispensáveis quando não há outra solução e sempre confinados ao entendimento de que exercem uma actividade privilegiada, tendo de sujeitar-se às suas vicissitudes. A janela deste ano ficou marcada por inúmeros atropelos a direitos e garantias laborais. Existem cada vez mais clubes que, estrategicamente, adiam para o último dia de mercado a resolução dos (seus) problemas com os jogadores "excedentários", pressionando-os a celebrar um acordo com uma mão cheia de nada, ou a aceitar uma qualquer transferência, sob a ameaça do pesadelo após o fecho do mercado.
Muitos jogadores cedem a esta pressão, nalguns casos comprometendo o futuro profissional e a vida familiar. Cabe-nos reflectir sobre um sistema que confunde negociação com coação. O Sindicato permanece ao lado de todos os jogadores cuja situação profissional está por definir. Informem-se e não abdiquem dos vossos direitos.
Finalmente, destaco o excelente espectáculo a que assistimos na Supertaça feminina, dando os parabéns ao Sporting CP, justo vencedor, e ao SC Braga pela luta e entrega ao jogo. Aos guerreiros da selecção A deixo também um forte abraço e uma mensagem de apoio, rumo ao Mundial 2018."
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