"Está fechada a janela de transferências de 2017 e valerá a pena reflectir um pouco sobre o novo paradigma que temos em mãos.
Nos últimos cinco anos, a soma das duzentas maiores transferências no futebol internacional de 1,8 mil milhões de euros em 2012 para mais de quatro mil milhões em 2017, números que traduzem de forma cristalina o crescimento exponencial da indústria.
A explicação deste boom tem várias variantes e a resposta está basicamente na soma de todas elas. Em primeiro lugar, chegaram em força ao futebol novos ricos - o primeiro foi o Chelsea e os mais recentes são o PSG e o City, a que se juntam alguns emblemas com investidores chineses com a carteira igualmente funda - que inflacionaram preços e colocaram em xeque a hegemonia dos clubes tradicionais. Depois, em segundo lugar, o valor dos direitos televisivos teve uma subida extraordinária: na Premier League, por exemplo, o que valia 300 milhões em 1992 passou a valer 2,3 mil milhões em 2007 e nos dias de hoje já vai nos 6,9 mil milhões. E, ao mesmo tempo, os jogos da Champions League, passando a ter uma cotação estratosférica. Finalmente, em terceiro lugar, o valor de mercado dos jogadores passou a ser visto não apenas pelo rendimento dentro das quatro linhas, mas também pelo impacto mediático de cada estrela, e o que resulta, em receita, desse estatuto.
A conjugação destes factores deu-nos um defeso inflacionado, onde as principais equipas portuguesas ficaram ainda mais longe dos principais emblemas internacionais, que moram nas cinco grandes ligas da Europa."
José Manuel Delgado, in A Bola
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