"Foi há dias, poucos dias, num programa televisivo. O FC Porto deveria ter jogado pelo menos dois anos na II Divisão. Disse-o categoricamente; provei-o com documentos irrecusáveis.
Recebi várias mensagens, sobretudo de jovens simpatizantes benfiquistas que desconheciam a situação.
Afinal, o que se passou?
Em 38/39, o clube nortenho classificou-se em terceiro lugar no Campeonato Regional do Porto, atrás do Leixões e do Académico, circunstância que obstaria, à luz dos regulamentos da época, a que disputasse o Nacional da I Divisão. E o que fez a Federação Portuguesa de Futebol?
Procedeu a um alargamento cirúrgico com o objectivo de contemplar o FC Porto.
Ironia suprema, a equipa nortenha acabou por se sagrar campeã, que o mesmo é dizer tem nos seus escaparates um troféu imoral.
No ano seguinte, a FPF voltou a reduzir o número de participantes na prova maior do Futebol nacional.
Duas temporadas depois, o que se passou?
Com o Académico e o Leça nas duas primeiras posições, o FCP voltou a ser terceiro e, de novo, impossibilitado de jogar na I Divisão. Como agiu a FPF?
Reincidiu, ou seja, voltou a proceder ao aumento de clubes, apenas com o fito de proteger o emblema nortenho. Nova falácia, novo escândalo.
E, para não variar, na época seguinte ordenou nova redução.
Nas últimas décadas, é comum de bocas empestadas dum azul saturante que durante anos o Benfica e até o Sporting foram protegidos pelas estruturas institucionais da bola.
Enorme balela, colossal falsidade. Tal como aldraba na idade, o FC Porto aldraba ou omite as benesses de que foi alvo.
Tem, agora, cultura de vitória? Mas continua a ter, escandalosamente, a cultura da mentira."
João Malheiro, in O Benfica
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