"Não acredito em teorias da conspiração. Concordo com Duarte Gomes quando justifica erros com «incompetência», mas em alguns casos tenho dúvidas que seja «momentânea»
Duarte Gomes e Luciano Gonçalves fizeram um balanço da arbitragem nas 10 primeiras jornadas da Liga na melhor altura possível. Os casos do último fim de semana prometem não deixar a pausa para seleções ser tão calma como seria de esperar e os responsáveis deram a cara, os números e as justificações, sem rebentar com ninguém e sem receio de aparecer em televisões que não desligam.
Os árbitros erram, já se sabe, e a única novidade aqui é que a comunicação e explicação agora existem. Não creio que seja suficiente para que uns e outros deixem de se queixar, mas é um passo necessário na transparência de um setor que estava entregue a vozes de especialistas.
Sobre os tais erros recentes e a barulheira que se seguiu, nada de novo. Quem é beneficiado vai andar a defender o direito dos árbitros a errar e a recordar casos antigos dos rivais, quem se sente prejudicado grita por todo o lado que isto está tudo feito para os outros. Mas olhando para os dois casos mais polémicos (o canto do Sporting nos Açores e a mão de António Silva na Luz), confesso que não consigo suspeitar de nenhuma teoria da conspiração muito alargada.
Ora imaginemos então que a equipa de arbitragem do Santa Clara-Sporting partiu para este jogo com a intenção de beneficiar os leões. Ia esperar por um lance aos 93 minutos para assinalar um canto? Não haveria forma de ser mais consistente e até eficaz nesta imaginária vontade de favorecer uma equipa? Já vi futebol suficiente para acreditar que sim.
No caso do Benfica-Casa Pia, estando os árbitros alegadamente contra a equipa da casa, não seria possível evitar que esta chegasse sequer aos 2-0 de vantagem? No penálti marcado por Pavlidis, não seria mais fácil assinalar logo falta de Richard Ríos sobre Larrazabal? Ou foi tudo feito para deixar as águias confortáveis e depois incentivar os visitantes até ao golpe final de Nhaga? Cruel, de facto.
Não sou especialista, mas creio que tudo se resume a isto: os árbitros têm direito a errar, sim, mas também há os que são consistentemente maus. «Incompetência momentânea», chama-lhe Duarte Gomes, mas tenho dúvidas no adjetivo. E nem precisamos de nos cingir aos lances mais polémicos. Qualquer jogo corrido da Liga me levanta a determinado momento a dúvida: porque é que o árbitro está a marcar todas as faltas possíveis e imaginárias e de repente deixa jogar como se estivéssemos na Premier League? O problema pode ser de quem não estuda os critérios," mas como a interpretação vai mudando fica difícil."

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