"Não fui à Luz ver o Portugal - Bósnia. Tivesse ido, e confesso desde já que juntaria aos muitos que não gostaram de ver Otávio entrar em campo.
Aliás, a presença do luso-brasileiro do FC Porto é um dos factores (não o único) que tem contribuído para me afastar progressivamente da selecção nacional. Quero que ganhe, mas o coração já não bate da mesma forma.
O problema de Otávio não é a sua capacidade técnica, nem o local onde nasceu, ou o clube que representa. Não me recordo de ver Pepe vaiado no Estádio da Luz em jogos da selecção. Também é luso-brasileiro, é capitão do FC Porto, e até um jogador particularmente duro, por vezes mesmo violento (embora, neste caso, com maiores culpas para quem tal lhe tolera). O problema de Otávio é a sua atitude antidesportiva, o seu comportamento insultuoso dentro e fora dos campos, repleto de provocações, simulações e chico-espertismos, evidenciando uma total falta de respeito pelos adversários, conduta que me nada representa Portugal e os portugueses. Aliás, a sua foto com a camisola do FC Porto e os ouvidos tapados, publica logo após a partida, é só mais um elemento desse pacote. Não conheço a pessoa, nem quero conhecer. Mas o que simboliza é tudo o que mais deploro no desporto.
Otávio não faz falta à selecção, nem faz falta ao futebol. Dizer que se defende o espectáculo e o desportivismo, escrever fair play nas camisolas, tentar agregar o povo em redor da equipa das quinas, e, depois, promover um individuo como este é uma contradição e uma hipocrisia.
Se sou doente? Então padeço de uma doença da qual não me quero curar: a dignidade.
Quanto ao sr. Martínez, pode ir de volta para de onde veio. Assim, mais valia o engenheiro Fernando Santos - que pelo menos nunca tentou dar lições de moral a ninguém, e até ganhou títulos importantes."
Luís Fialho, in O Benfica
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