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terça-feira, 22 de setembro de 2020

A 'cansativa' ou impressionante viagem à Galileia


"O basquetebol benfiquista deslocou-se às terras de Jesus Cristo, onde disputou 'talvez um dos melhores jogos da época'

Os tetracampeões nacionais do basquetebol português viajaram até Israel para defrontar o Hapoel Galil Elyon para a 5.ª jornada da fase de grupos da Taça da Europa, em 5 de Janeiro de 1993. Representante do Norte israelita, a equipa foi a primeira de fora de Tel Aviv a vencer o campeonato israelita de basquetebol e na Taça da Europa havia derrotado o Cholet Basket, vice-campeão francês, e o BK Budivelnik, campeão da recém-nascida liga ucraniana de basquetebol.
O homem não enfrentou apenas o adversário homocromo, mas também um pavilhão 'completamente cheio' e 'repleto de um público conhecedor da modalidade'. A equipa de Mário Palma contou com Carlos Lisboa, Mike Plowden, Jean Jaques, José Carlos Guimarães, Steve Rocha e Pedro Miguel, o mais novo, que jogou os 40 minutos 'sob pressão, depois de lhe terem partido a placa dentária'.
O Hapoel comandou o marcador nos instantes iniciais. Contudo, o Benfica já vencia aos 10 minutos. Até ao intervalo, o Benfica 'dominou completamente', muito embora quase se tenha deixado apanhar 'devido aos erros cometidos no ataque', fraco em lançamentos e com demasiados turnovers. Após o intervalo, Lisboa aumentou a vantagem marcando dois cestos seguidos.
Os jogadores da casa não desanimaram. Com a ajuda do seu melhor marcador, Kennedy, chegaram 'ao controlo do jogo', o que 'animava o público que enchia o pavilhão'. Mantiveram, assim, o jogo equilibrado até aos 30 minutos, aproveitando os ressaltos perdidos do Benfica.
Porém, após algumas perdas de bola por parte dos galileus, o Benfica retomou a vantagem, que logo se declarou depois de dois triplos de Steve Rocha e José Carlos Guimarães, 'extraordinários' em campo.
Foi 'um jogo muito disputado', em que o Benfica, que 'ganhou porque defendeu muitíssimo bem', só conseguiu 'fugir do adversário perto do final do jogo'. O Hapoel veio, perto do final, a adoptar também a estratégia defensiva, que não resultou, pois Carlos Lisboa encestou dez pontos nos últimos dois minutos e meio e terminou o jogo 'com um sensacional (...) cesto «à NBA», a 2 segundos do fim, com um lançamento feito' ainda antes do meio campo. O Benfica acabou por vencer com uma diferença de 19 pontos, por 74-93.
Mike Plowden foi determinante 'no excelente comportamento defensivo, que afinal acabou por ditar a vitória' à equipa da modalidade que mais títulos dava ao Clube. Não cederam perante o 'exigente público israelita', que se despediu do Benfica de 'forma entusiástica (fartos aplausos)'. Apesar de ter sido uma 'desgastante deslocação', não se deixaram intimidar e 'voltaram a impressionar a Europa basquetebolística'.
Reveja os atletas do 'período de ouro' do basquetebol do Benfica na área 4 - Momentos Únicos do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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