"Não sinto particular orgulho pelos excelentes resultados financeiros apresentados pela Benfica SAD no primeiro semestre da corrente época, no seguimento de vários anos de recuperação económica acentuada do clube e SAD. Mas estou bastante satisfeito e, sobretudo, tendo em conta o estado calamitoso dos nossos adversários, encaro o futuro com elevado e justificado optimismo. Acredito que continuaremos a dominar o panorama desportivo nacional e que poderemos dar um salto qualitativo a nível europeu. Mas este salto deve ser bem estruturado, de acordo com as possibilidades financeiras do Benfica, de forma a que, uma vez atingido o patamar acima daquele em que nos situamos presentemente - ou seja, passar da presença regular na fase de grupos da Liga dos Campeões à disputa frequente dos quartos-de-final - o façamos sem hipotecarmos e sustentabilidade financeira da SAD, para que não caíamos numa desesperada como a que vivem FC Porto e Sporting actualmente. Seria fácil concentrar o investimento todo numa temporada e esperar que, bafejados pela sorte, que seria sempre necessária, fizéssemos um brilharete. E se corresse mal? Para obter (relativo) sucesso continuado a nível europeu (candidato crónico aos quartos-de-final), o Benfica terá de crescer sustentadamente a vários níveis, fomentando a competitividade e estabilidade do plantel. A aposta no Seixal é essencial enquanto complemento da maior capacitação de retenção de talento e das contratações cirúrgicas, que envolvem, necessariamente, extraordinária competência no scouting e poder de investimento.
Nada disto será possível sem as magníficas contas que alguns afirmam, errada e até perniciosamente, que 'não interessam para nada'..."
João Tomaz, in O Benfica
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