"Escrevi a semana passada sobre a necessidade de melhorarmos internamente, por exemplo, os requisitos de participação na respectiva competição, amadora ou profissional. Abordo agora outras questões, como o equilíbrio competitivo ou o número de jogos nesta primeira fase da época. Normalmente somos críticos para com os desequilíbrios na nossa competição interna, sem ter em consideração que este processo é cíclico e condicionado pela realidade de cada país. Temos de facto um conjunto de equipas que podem numa época lutar pelos lugares europeus e na seguinte jogar para a manutenção. O inverso também é verdadeiro. Na realidade, a maioria das equipas tem como primeiro objectivo a permanência e não disputar os cinco primeiros lugares. A diferença pontual entre os primeiros campeonatos europeus também não é homogénea. Nesta altura, Alemanha e Espanha têm as menores diferenças, 5 e 7 pontos respectivamente. Em Inglaterra a diferença é bem maior, 23. Portugal está neste segmento, com 18 entre primeiro e quinto, enquanto que Itália e França se encontram nos 10 a 13 de diferença. Curiosamente países em que o campeão tem sido crónico. O objectivo deve ser o equilíbrio na competição, que não se obtém só pela capacidade económica-financeira. Há também factores que o gestor da competição não controla. Portanto, não pode deixar de dedicar a sua atenção a questões em que o aleatório tem margem menor. Por exemplo a calendarização dos jogos e das jornadas. Estou convencido que, num prazo curto, os concorrentes vão perceber a necessidade de elaborarem planos de provas retirem benefícios e não na aleatoriedade dos sorteios. Em Portugal, na época passada, a jornada 14 foi um sucesso pelo número de espectadores. Jogou-se antes do Natal, e os três grandes jogaram no mesmo dia. Um bom exemplo."
José Couceiro, in A Bola
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