"Agora, que na Justiça se deu início ao debate instrutório do 'caso do hacker', recomeçou imediatamente, a toda a força, a despropositada traquibérnia de alguns órgãos de comunicação, com o desenvergonhado propósito de se tornarem eles próprios nos 'justiceiros' que, pelas suas mãos, 'deviam' ditar 'sentenças' que, a priori, já trazem engatilhadas nos bestuntos.
O assunto, só por si, com os seus protagonistas, ingredientes e envolvências, concita evidentemente o interesse popular. Mas, francamente, o que se vê em cada minuto de desinformação da SIC, ou em cada momento das popularuchas brincadeiras da CMTV, por exemplo, mais parece constituir, sobretudo, matéria do exclusivo interesse individual, particular e específico de cada um dos intervenientes televisivos que (criteriosamente) são chamados a perorar nesses púlpitos das entediantes programações.
O contraditório, que representa um dos eixos essenciais e constitutivos do verdadeiro Jornalismo independente e neutral, instituído para mediatizar os factos perante os públicos, não existe ali. Nem num lado, nem no outro. E nem eles acham que lhes faça alguma falta.
Informarem linearmente os espectadores acerca das incidências das sessões do tribunal; noticiarem cruamente, isto é, apresentarem sem inferências os factos e os posicionamentos das diversas partes com o rigor da neutralidade e; ou ainda, esforçarem-se em descodificar e explicar com mais clareza, aos espectadores, procedimentos técnicos em que o sistema judicial é useiro, tudo são condutas totalmente afastadas das práticas comuns dos titulados funcionários e colaboradores dos canais de televisão-estúpida, expressamente convocados para as badernas do costume com o único fito de torcerem a Verdade e distorcerem a Justiça.
No fundo, eles nem querem saber se deixam o rabo de fora, como o gato que se esconde. Sem ponta de vergonha, nem se dissimulam: dão a cara e têm nome.
E como, à partida, estão condenados a defender não mais do que o indefensável, nada mais lhes pode interessar do que desmerecer a Justiça e tudo fazerem para tentar condicionar a opinião pública perante as verdadeiras sentenças e decisões que, na realidade, apenas cabem aos Juízes.
Perante as evidências da Verdade e da Justiça que se venham a provar, apresentarão eles, algum dia, a sua contrição? Os seus pedidos de desculpa aos públicos? Jamais! Quem não respeita a deontologia profissional e vende a ética ao minuto, é porque já não lhes fazem falta..."
José Nuno Martins, in O Benfica
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