"Joga-se esta terça-Feira aquele que, para mim, é o derradeiro teste do Sport Lisboa e Benfica de Bruno Lage nesta Liga dos Campeões. Depois de dois péssimos jogos, e consequentes duas derrotas – Leipzig na Luz e Zenit na Rússia -, a equipa conseguiu mais uma péssima exibição, com uma vitória caída do céu e três miraculosos pontos a fazer a nação encarnada ainda sonhar.
O SL Benfica tem agora a oportunidade de, em Lyon, não só reentrar na luta pelo apuramento, como de comprovar que joga muito mais do que aquilo que tem mostrado. É uma oportunidade para se afirmar em jogos europeus.
Este Olympique Lyonnais será certamente mais consistente do que aquele que visitou o Estádio da Luz. Neste período de tempo, Rudi Garcia teve a oportunidade de implementar as suas ideias e conhecer mais pormenorizadamente os seus jogadores. Aliás, o Lyon da Luz estava em 17º lugar, sem ganhar há três jogos, e hoje encontra-se em 10º, com duas vitórias consecutivas.
Após várias experiências em 4-3-3, 4-4-2 e 4-5-1 (táctica com a qual defrontou o Benfica), a equipa francesa parece finalmente ter estabilizado num 4-4-2, com quatro médios puros a dominar o meio-campo, e dois avançados móveis e criativos a dinamizar o ataque – Depay e Dembélé.
Este Lyon, mais identificado com as suas ideias, e a jogar em casa, é exactamente o tipo de equipa que mais dificuldades pode causar ao Benfica. Com quatro médios, a equipa de Rudi Garcia não só ganha capacidade de preencher os espaços e cortar linhas de passe, como tem condições para pressionar mais alto a equipa adversária. Retirando a bola aos encarnados, e pressionando-os alto, poderá rapidamente provocar um jogo de pontapé para a frente.
Além disso, a defesa benfiquista tem mostrado grandes defeitos de posicionamento, e as movimentações de dois jogadores com a qualidade de Depay e Dembélé poderão ser problemáticas. Depay não será tão fraco a definir e a finalizar como os adversários que têm criado calafrios à defesa encarnada.
Por outro lado, também temos uma evolução da equipa de Bruno Lage. O meio-campo composto por Florentino e Gabriel começa a estar mais oleado, e o brasileiro, com mais minutos de jogo, vai recuperando a sua capacidade de pressão e recuperação de bolas.
Nas laterais, há o regresso de André Almeida, e principalmente um tremendo crescimento de Grimaldo. O lateral espanhol, depois de um arranque de época apático, surgiu nos últimos jogos como um dos melhores e mais decisivos em campo. Um autêntico ’10’ a partir da esquerda da defesa. Cada vez a procurar mais o jogo interior e a zona de construção, é mais um jogador a surgir entre-linhas e a desmontar as marcações adversárias.
O trio ofensivo é a grande evolução no futebol encarnado, tendo Vinicius como o homem-golo. Pode parecer pouco, mas não é. Vinicius é um avançado que surge nesta equipa encarnada de cabeça mais fresca que os concorrentes, trazendo dinâmicas novas, maior capacidade de segurar a bola de costas para a baliza e maior capacidade de assalto às redes adversárias. Um avançado que dará sempre mais trabalho aos defesas e obrigará a equipa adversária a subir menos a linha defensiva. Maior discernimento para decidir, executar e finalizar.
Este trio é sustentado pela dupla que sustenta todo o ataque do SL Benfica: Chiquinho e Pizzi. Finalmente Lage parece ter encontrado um jogador para actuar atrás do avançado, para ligar o meio-campo ao ataque, para ligar os criativos das alas entre si e ao resto da equipa. O jogador que irá aparecer entre linhas e a criar linhas, a rendilhar o ataque encarnado. A posição foi finalmente preenchida e foi preenchida com qualidade. Chiquinho eleva o futebol de Pizzi e os dois transcendem o futebol da equipa.
Sinceramente, considero o Lyon favorito a ganhar o jogo. Contudo, acredito que este Benfica, com as novas soluções encontradas, pode explodir a qualquer momento (com Rafa teria ainda mais certezas disso).
A última palavra fica para Bruno Lage. Irá o treinador das “águias” voltar a inventar nesta competição ou apresentará uma equipa construída para ganhar? As hipóteses de um glorioso Sport Lisboa e Benfica poder existir colocam-se logo no 11 que Lage irá apresentar, sem rotatividades, sem Jardel, Tavares e Caio Lucas, e também sem a insistência em Seferovic e Gedson."
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