"Cuidado com o flagelo que ameaça assolar os nossos dias, porventura fruto de uma conspiração internacional que envolverá o BCE, as várias Casas da Moeda da Zona Euro e sectores de actividade económica, desde logo o da produção, tratamento e comercialização de relva.
Já haverá um paciente zero. Parece que apanhar da relva uma leve e desvaliosa moeda de cinco cêntimos de euro poderá causar hematomas e sabe-se lá mais o quê. Alerte-se imediata e estridentemente todas as associações e todos os instintos que poderão, mesmo que minimamente, ajudar a humanidade a acautelar-se dos perigos decorrentes do simples acto de colectar uma moeda destas de um relvado outrora unanimemente considerado inofensivo. Chame-se a Protecção Civil. Aliás, urge a intervenção da ONU! Há quem considere, no entanto, que episódios destes devam ser remetidos para o foro da psiquiatria.
Poderá ser uma invenção, emanada de uma propensão para a mentira, de um distúrbio delirante ou da vontade de prejudicar outrem. Mas outros há que atribuem o alegado hematoma supostamente causado pela apanha, num relvado, de uma moeda de cinco cêntimos, a uma manifestação psicossomática. A vítima acredita que o hematoma existe, sento-o, mas é produto da sua imaginação. A culta (ou lucidez se os actos precedentes foram intencionais, mas infrutíferos) pode causar delírio e/ou transtorno. Não deverá ser assim tão raro que, por exemplo, ignorar um jogador abalroado dentro de uma área num campo de futebol se seguir critérios diferentes em várias situações de jogo semelhantes, cuja aplicação só é corrente quanto à equipa prejudicada, possa resultar numa necessidade, consciente ou inconscientemente de vitimização. Analise-se!"
João Tomaz, in O Benfica
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