"O Benfica está a um mero ponto de conquistar o seu 37º título nacional, o qual foi uma miragem durante grande parte da época. Mas, desde que, à 16ª jornada, a penúltima da primeira volta, Bruno Lage assumiu o comando da equipa, os encarnados encetaram um percurso glorioso merecedor de admiração e rasgados elogios que os recolocou no trilho do sucesso. Tem sido quase perfeito e, como veremos, quase único também! (tabela seguinte: Benfica no CN)
À entrada para a última jornada, o Benfica vem de uma série de oito vitórias consecutivas. O feito é interessante, mas relativamente comum na história do clube (as séries de vitórias no campeonato durante uma temporada aconteceram 96 vezes, três das quais sob o comando de Bruno Lage – uma série de nove vitórias consecutivas são duas de oito; uma série de dez vitórias consecutivas são três de oito). (tabela seguinte de acordo com a data de realização dos jogos)
A única partida, das 18 desde que Lage orientou a equipa, em que o Benfica não conquistou os três pontos ocorreu à 25ª jornada, ante o Belenenses, SAD (empate 2-2 na Luz). São 18 jogos sem averbar qualquer derrota e o aumento desta série para 19 garantirá o 37º título de campeão nacional para o Benfica (tabela seguinte: séries de jogos sem perder no campeonato durante uma temporada - de acordo coma data de realização dos jogos).
O registo torna-se ainda mais impressionante considerando apenas as deslocações. Não era só a nunca antes recuperada diferença de sete pontos para o F.C. Porto ou os níveis exibicionais que dizimavam, entre os benfiquistas, a esperança na reconquista do título. Era também o calendário que impunha deslocações a Guimarães, Alvalade, Porto (Dragão) ou Braga, entre outras. (tabela seguinte: Benfica no CN em jogos fora)
Além do registo totalmente vitorioso, é igualmente significativo constatar os resultados e, em particular, a veia goleadora. Em quatro partidas (44,44%), o Benfica marcou quatro golos. Nas 1190 deslocações anteriores, o Benfica conseguira concretizar pelo menos quatro golos em 162 ocasiões (13,61%). E conseguira pelo menos três em 347 partidas (29,16%), enquanto que, com Lage, foram seis (66,67%).
É conhecida a dificuldade teórica imposta pelo calendário que se apresentava ao Benfica quando Lage mereceu a confiança da direcção benfiquista (na sequência da derrota em Portimão, à 15ª jornada). Eis o panorama completo das deslocações:
Jornada Adversário Pos. 15ªJ Pos. “AJ” Pos. Actual
17 Santa Clara 9 9 8
18 V. Guimarães 5 6 6
20 Sporting 2 4 3
22 Aves 17 14 14
24 Porto 1 1 2
26 Moreirense 6 5 5
28 Feirense 16 18 18
31 Braga 3 4 4
33 Rio Ave 11 7 7
Ou seja, o Benfica defrontou fora todos os adversários nas oito primeiras posições da tabela classificativa actual (2º ao 8º). Para se ter uma noção mais exacta da dificuldade que se apresentou aos encarnados, convém saber, por exemplo, que esta foi somente a sétima temporada em que as deslocações ao Sporting e ao Porto se saldaram por vitórias (1947/48; 1949/50; 1962/63; 1971/72; 1975/76; 1990/91; 2018/19), mas só em três destas temporadas Porto e Sporting ocuparam duas das três posições cimeiras (1962/63, 1990/91 e 2018/19). Nas restantes quatro, somente numa o Benfica venceu no reduto dos parceiros do pódio (1971/72 – V. Setúbal 2º). Em 1947/48 não venceu no Belenenses (3º); em 1949/50 não ultrapassou o Atlético (3º); em 75/76 ganhou no Boavista (2º), mas não no Belenenses (3º).
Estendendo a análise aos restantes classificados nas temporadas sobejantes (1962/63; 1971/72; 1990/91) verificamos que, em 1962/63, o Benfica não bateu o Leixões (5º), em 1971/72 o Barreirense (8º) conseguiu resistir à supremacia encarnada e, em 1990/91, é necessário chegar ao 11º classificado, o Farense, para encontrar um adversário que o Benfica não tenha conseguido vencer fora. Mais palavras para quê?
O que falta?
Se o F.C. Porto vencer o Sporting no Dragão, no mínimo empatar, na Luz, com o Santa Clara!
J V E D GM GS
Jogos oficiais 8 7 1 0 13 2
Jogos oficiais (C) 4 4 0 0 6 1
Jogos CN 7 6 1 0 11 2
Jogos CN (C) 3 3 0 0 4 1
Força Benfica!!!!"
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