"Pablo 'El Mago' Aimar! Um dos melhores jogadores que já pisaram os relvados portugueses. O protótipo de jogador que fazia do cérebro avançado o seu principal predicado. Inteligente, criativo, mentalmente muito dotado, o internacional argentino dominava na perfeição o binómio espaço-tempo, como nos dizia Xaví na sua recente entrevista. Com acções simples, mas tão eficazes quanto belas, passava o jogo a tentar encontrar espaços livres, e dessa forma aumentar o tempo para pensar e tomar as melhores decisões. Para si e para os seus companheiros.
Chegou ao Benfica na temporada 2008-09, num período de plena hegemonia do FC Porto, pela mão do director desportivo encarnado Rui Costa, entretanto retirado do futebol jogado. Bastou uma conversa curta e a promessa de herdar a camisola 10 benfiquista, pertencente ao próprio Rui Costa, para Aimar ficar seduzido. Depois de uma primeira época algo intermitente, partiu para três épocas de grande nível, em que se assumiu como uma das pedras fundamentais da manobra ofensiva da equipa de Jorge Jesus, contribuindo decisivamente para a conquista de um campeonato e quatro Taças da Liga. A sua propensão para lesões e os constantes problemas físicos impediram-no de ter uma carreira muito mais sólida e a última época de águia ao peito em 2012-13 foi o reflexo disso.
Passou os seus melhores anos no Valência. Foi um dos ídolos da 'afición ché' e um dos que mais contribuiu, com a sua genialidade, para a conquista de duas ligas espanholas, uma Taça UEFA e uma Supertaça Europeia (frente ao FC Porto). Iniciou a sua carreira profissional no colossal River Plate, tendo ainda actuado em clubes como Saragoça e Johor FC (Malásia). Com a camisola da selecção argentina, brilhou numa fase mais inicial da carreira, participou nos Mundiais de 2002 e 2006, mas nunca conseguiu assumir uma preponderância que o seu talento sublime justificava.
Não integra a categoria de lendas do futebol mundial, nem construiu uma carreira de excepção, mas quem o viu jogar, sabe o quão superlativo foi o seu futebol. Para quem entende o jogo sobretudo como um exercício mental, onde as capacidades físicas são um mero complemento, Pablo Aimar foi prodigioso. Porque além de tecnicamente ser muito evoluído, evidenciava uma velocidade de pensamento fora do comum e uma simplicidade de processos belíssima. Sempre num registo de elegância e leveza, era capaz de, com um simples toque na bola, colocar um companheiro na cara do golo e desmontar uma defesa inteira.
Lionel Messi sempre disse "Aimar era e é o meu ídolo". Diego Maradona declarou que "Só por ele vale a pena pagar um bilhete para ir ao estádio". Jorge Jesus afirmou que "Aimar é um génio para quem aprecia o futebol como arte". Eles sabem do que falam. Nem só de títulos e distinções individuais vivem os grandes génios. Muitas vezes é a forma como jogam, a diferença que marcam face aos demais, as sensações que nos provocam, que lhes garante um lugar privilegiado na memória colectiva. Aimar foi um deles."
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