"Dissipados, na Praça do Município, os derradeiros fumos da festa do 37.ª campeonato do Benfica, um primeiro balanço à época prestes a findar aponta-nos uma verdade insofismável: o único caminho, para os clubes portugueses, capaz de conciliar competitividade com equilíbrio financeiro, é o da aposta na formação. Tome-se o exemplo do Benfica, que investiu sem hesitações, ao longo de mais de uma década, no Caixa Futebol Campus e pode apresentar ao mundo esta equipa de campeões em 2018/2019, made in Seixal:
Ederson (25), Man City; Semedo (25), Barcelona; Rúben Dias (22), Benfica; Ferro (22), Benfica; Cancelo (24), Juventus; Florentino (19), Benfica; Gedson (20), Benfica; Renato Sanches (21), Bayern; Bernardo (24), Man City; João Félix (19), Benfica; Jota (20), Benfica.
Sendo verdade que o segredo do sucesso competitivo passa por juntar cirurgicamente, alguns jogadores mais experientes à juventude inquieta que sai da formação (basta pensar na importância de Tadic, 30 anos, no êxito do Ajax...) é essencial que os clubes, especialmente em países de reduzido poder aquisitivo, num mercado cada vez mais virado para os ricos, tenham convicções fortes no mérito do investimento em escolas de futebol.
Num momento em que o Benfica parece firme nesta senda da formação, que caminho escolherá o FC Porto, campeão em título da Youth League, no contexto de reformulação profunda do plantel que vai viver? E o Sporting, que conta com um treinador-formador, como se adaptará às exigências orçamentais apertadas de 2019/2020? Vira-se para Alcochete? Boas perguntas. Aguardemos pelas respostas..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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