"A decisão da UEFA em escolher o Azerbaijão para a realização desta final é ininteligível.
A final da Liga Europa está envolta de polémica desnecessária. O Estádio Olímpico de Baku, na capital do Azerbaijão, tem capacidade para cerca de 70 mil adeptos, no entanto, Arsenal e Chelsea só tiveram direito a receber seis mil bilhetes cada. A justificação para o número reduzido de ingressos para cada clube é dada pela UEFA com a indicação "dificuldades logísticas". Traduzindo: o aeroporto de Baku não terá capacidade para receber mais adeptos.
Por outro lado, Henrich Mkhitaryan, excelente médio-atacante do Arsenal de Londres e figura imprescindível, sem qualquer lesão ou castigo, não poderá participar na final da Liga Europa contra o Chelsea.
Há décadas que o Azerbaijão está em guerra com a Arménia pelo enclave de Nagorno-Karabakh e o Arsenal teme pela sua segurança, pois o mesmo é capitão da selecção arménia. De acordo com o Direito Internacional, esse pequeno território nas montanhas do Cáucaso pertence ao Azerbaijão, mas a maioria da população é arménia, sendo que o conflito está latente. A Associação de Futebol do Azerbaijão afirmou que o atacante do Arsenal estaria completamente seguro no país, mas o clube inglês não concorda.
É evidente que o clube, o jogador e a sua família estão extremamente preocupados com o facto de a localização da final poder levá-lo a não poder jogar numa final europeia.
Assim, além de os fãs dos dois clubes ingleses terem que viajar para uma das cidades mais distantes da "Europa", a UEFA autorizou uma final num país, diremos pouco democrático, em que o poder passa de pai para filho. Ilham Aliyev, filho do antigo presidente Heydar Aliyev, foi proposto como seu sucessor quando da grave doença de seu pai, que veio a falecer em 2003.
As eleições presidenciais ocorreram em 15 de Outubro de 2003 e o vencedor foi empossado a 31 de Outubro do mesmo ano, mesmo com as críticas da comunidade internacional de que teria ocorrido fraude eleitoral. Acresce que, pelas razões apontadas, a segurança de Mkhitaryan está em risco, bem como a dos adeptos que o apoiem durante o jogo que estará cheio de azeris.
Vamos esperar e ver o que acontece no dia 29 de maio, mas há chances de que as preocupações de segurança se mantenham e o Arsenal não tenha opções experientes de ataque para o maior jogo da época.
Com todo o respeito, a UEFA não adivinharia que teria um jogador arménio a jogar a final da Liga Europa; ainda assim, por todas as outras razões apontadas: logísticas, políticas, geográficas, a decisão da UEFA em escolher o Azerbaijão para a realização desta final é ininteligível (ou apenas se explica pelo fascínio do petróleo azeri)."
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