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domingo, 3 de março de 2019

O jogo pelo jogo

"Benfica a tirar vantagem do corredor esquerdo para chegar ao golo

Ponto prévio
1. Enorme expectativas a rodear este FC Porto - Benfica, não só por ser um clássico, mas também porque o resultado final pode reforçar ou manter a liderança, ou, ainda, levar à sua perda e, até, num plano mais técnico, atestar da real competência deste Benfica, que vive uma fase de excelente futebol e resultados esmagadores, com destaque para o aqueles 10-0 ao CD Nacional, que, em boa verdade, representam um insulto não ao perdedor mas à realidade da Liga portuguesa. Nesta ocasião, cara a cara com uma formação da mesma grandeza, confirmará, ou não, toda essa capacidade.

Ousadia dos técnicos
2. Equipas com sistemas tácticos muito iguais, com distribuição equivalente em cada um dos sectores. 4x4x2 habitual para o Benfica, para o FC Porto um sistema alternativo ao 4x3x3. Denuncia, pois, a ousadia e ambição dos dois técnicos. De realçar o desequilíbrio nos bancos dos suplentes, o FC Porto com melhores soluções, na medida em que tinha conjunto de jogadores bastante experimentado e rodado ao longo da época, por confronto com o Benfica, que, exceptuando Jonas, tem banco de jogadores mais jovens e menos experientes.

Empate justo, mas...
3. Jogo intenso até ao golo do FC Porto, onde o trabalho defensivo de cada uma das equipas se superiorizou ao trabalho ofensivo, o que é ilustrado pelo número muito reduzido de intervenções com grau de dificuldade elevado dos guarda-redes. Após o golo do FC Porto, que surge de bola parada, excelente reacção do Benfica, a tirar partido de uma reacção rápida à perda da bola e de movimentos de transição em profundidade muito bem articulados, explorando o sector menos forte do FC Porto, o corredor direito, onde Corona e o menos experimentado Manafá tiveram dificuldades para segurar Rafa, Grimaldo e algumas diagonais feitas por João Félix. Benfica a chegar ao golo e, por mais duas vezes, Casillas à prova. No conjunto dos 45 minutos, o empate aceita-se, com ligeira supremacia benfiquista, por força de ter colocado Casillas à prova.

A esquerda
4. No segundo tempo, entrada forte do FC Porto, Benfica sem perder equilíbrios e uma vez mais corredor esquerdo a tirar vantagem e a chegar ao golo. Depois, aquilo que era previsível, forcing do FC Porto e resposta pragmática do Benfica, baixando o bloco, encurtando linhas, impossibilitando que o jogo do FC Porto no último terço levasse pelo menos à igualdade.

À mulher de César...
5. À mulher de César não chega sê-lo, também é preciso parecê-lo. Sabendo-se da excelente fase que o Benfica atravessa quanto à qualidade do jogo de ataque e à eficácia na concretização, sabendo-se também que o FC Porto era equipa com melhor eficácia defensiva (menos batida da Liga), não seria fácil explicar um FC Porto mais contido, com estratégia mais pragmática. Mas talvez essa opção, ao invés de assumir o jogo pelo jogo, tivesse levado a melhor resultado."

Manuel Machado, in A Bola

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