"Só um tipo 100% confiante se atreveria a expor num blogue - chamado Mercado Benfica... - documentos judiciais dos maiores casos políticos e dos nomes maiores do país sem esperar consequências fatais. Burro, sim. O hacker foi burro
As tropas do Benfica celebram a detenção do mais recente Pinto a atingir a celebridade por razões obscuras. As tropas do Sporting e do Porto, depois dos primeiros momentos de estupefacção - e a estupefacção é paralisante – aplicam-se agora numa contra-campanha de índole hortícola. Querem ‘chuva na eira e sol no nabal’, ou seja, combatem por uma excepcionalidade que lhes conceda a ilibação moral através do estatuto de vítimas do hacker-via Football Leaks -, mas não resistem a celebrar os sucessos e a ética republicana do mesmíssimo hacker quando a vítima via blogue Mercado de Benfica & associados – é, precisamente, o grande Sport Lisboa e Benfica, o inimigo jurado da Liga Cyberduna.
Em defesa do hacker-bom, o sínodo do Altis não tardará a provar que não passou de um acto de caridade aquele desfalque bancário de centenas de milhares de euros que foi atribuído ao hacker-mau pela Polícia internacional. E também será provado pela Liga Cyberduna, nem que seja à força de desmaios, que há momentos na vida das pessoas e das instituições em que ‘extorsão’ significa ‘altruísmo’ dê lá para onde der.
Três anos e três meses depois de Bruno de Carvalho, à época presidente do Sporting, ter anunciado a prisão iminente dos responsáveis pela divulgação do contrato de Jorge Jesus, entre outros documentos internos do Sporting -“vão todos presos, rapidamente!”-, foi finalmente preso o autor confesso desses mesmos crimes. O “rapidamente”, neste caso, ficou a dever muito à rapidez. Porém, há casos em que o “rapidamente” se faz cumprir num virote.
Dez dias, por exemplo, foi o tempo que demorou até ser preso o rapaz de Budapeste depois do ataque informático conduzido ao escritório de advogados PLMJ que lhe permitiu a exposição pública, no blogue Mercado de Benfica, de uma quanta papelada dos processos judiciais respeitantes à EDP, à Operação Marquês e à holding estatal Parvalorem e ainda a outras acções respeitantes a Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Manuel Pinho e António Mexia. Dez dias. 10! Uma dezena de dias. Com esta rapidez -certamente uma coincidência! - é que não contava o imprevidente hacker Pinto!
Enfim, bom ou mau, conforme as conveniências, o hacker Pinto tão cedo não se livra da fama de não passar de um hacker-burro. Excesso de confiança é a explicação fornecida pelos especialistas forenses. Só um tipo 100% confiante se atreveria a expor num blogue chamado Mercado de Benfica… – documentos judiciais dos maiores casos políticos e dos nomes maiores do país sem esperar consequências fatais. Burro, sim.
Um dos seus clientes até arrepelou os cabelos quando deu conta de que o rapaz se estava a meter com quem não devia.
– Este tipo é um exibicionista! Lamentou-se, mas já não foi a tempo.
Será que o chamado ‘hacker do Benfica’ é mesmo do Benfica? Não, amiguinhos, ‘o hacker do Benfica’ é a vossa prima."
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