"E se de um momento para o outro se souber que alguns desportistas portugueses poderão estar em risco de incorrer numa penalização por terem faltado a controlos antidoping? Esta é uma situação que pode ocorrer em 2018 e qualquer leitura que se faça neste momento pode estar ligada às desavenças entre José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, e Rogério Jóia, líder da Autoridade Antidopagem de Portugal.
É por isso que os próximos capítulos serão decisivos para se ficar a conhecer os movimentos de cada entidade. É um assunto que seguramente vai merecer a devida atenção dos tribunais, mas ao mesmo tempo é intrigante no sentido do balanço de forças. Quem vai perder? É a grande questão. Normalmente não há empates nesta situação e a corda vai esticar. Cada um tem os seus argumentos e sabe as linhas com que se cose. Há um lado ético que deve ser respeitado e neste prisma a verdade está acima de qualquer suspeita.
Por outro lado, não deixa de ser menos importante qualquer declaração ou omissão da parte do Governo sobre esta matéria. Prudência acima de tudo é o primeiro passo. Mas o silêncio também pode ser o prenúncio de algo. O que se adivinha é algo muito grave.
O COP suspendeu a presença no CNAD e o Governo sabe disto há muito tempo. Admito que nesta contagem decrescente para os Jogos Olímpicos de Tóquio será muito difícil assistir a um debate ou plenário sobre doping tendo na mesma mesa Constantino e Jóia. Vamos estar particularmente atentos aos próximos capítulos para se saber quem é, afinal, o bom, o mau ou o vilão."
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