"“Resta-me agradecer-te toda a motivação e fica aqui uma promessa: não vou descansar enquanto não estiver ao teu lado”.
Estas palavras foram proferidas por Vasco Ribeiro a 9 de Dezembro de 2016, 4 dias dias após Frederico Morais se ter qualificado para a elite do surf mundial. Estes 4 dias foram longos para alguns participantes desta história que acompanharam estes momentos emocionalmente. Foram longos para aqueles que festejavam bem de perto com Frederico. Foram também longos para os fãs e jornalistas que esperavam por uma reacção de Vasco. Mas foram com certeza mais longos para este último que via o seu parceiro de geração atingir o objectivo que ambos comungam. Mas a palavras proferidas têm tanto de hombridade desportiva como de ambição de campeão.
Frederico Morais e Vasco Ribeiro têm sido uma das duplas mais interessantes não só do surf português como também do desporto nacional. Desde muito cedo que disputam entre si uma série de objectivos nas suas carreiras sem perder o foco mútuo de se tornarem maiores e melhores amanhã. Vasco foi campeão nacional da Liga MEO Surf pela primeira vez em 2011. Frederico seguiu-lhe os passos em 2013. Entre eles disputaram os títulos máximos do surf português de 2011 a 2015. No plano internacional, Morais foi o 5º melhor júnior do mundo em 2012 e Ribeiro foi campeão mundial júnior em 2014.
Sobre a qualificação de Frederico, Vasco foi perentório: “não estou surpreendido e sei que vais destruir tudo”. Estas palavras foram também o mote que Ribeiro assumiu para ele próprio no seu projecto desportivo. Reunido com quem fez o percurso de qualificação no passado, designadamente Tiago Pires e o seu parceiro José Seabra, Vasco ditou para ele próprio que, no topo das suas prioridades, tinha um e um só objectivo: qualificar-se para o World Championship Tour (WCT). Para o efeito, primeiro voltou às vitórias que lhe fugiam deste 2014 ao vencer as 2ª e 4ª etapas da Liga MEO Surf (vindo a sagrar-se campeão nacional de 2017 mais tarde) e segundo, teve o pico de forma da performance desportiva exactamente no primeiro campeonato mais importante do ano em termos de pontos, o Ballito Pro, etapa sul-africana do circuito de qualificação com graduação máxima. Juntou-lhe mais um resultado expressivo numa das etapas havaianas. Mas os objectivos mundiais não foram cumpridos. Não recebeu a licença de graduação para o WCT2018.
Por sua vez, Frederico fez uma brilhante época no WCT. Assumindo as suas fraquezas com respeito, encarando as oportunidades de melhoria com determinação e agarrando os seus pontos fortes com ambição. Morais fecha, nestes dias e no Hawaii, a sua época de estreante na elite do surf mundial. A melhor de sempre de um português. E, ao lado dele e com ele, esperamos que consiga vencer o prestigiante título de ‘rookie of the year’ (melhor estreante a nível mundial). Em termos gerais, com forte segurança, poderá inferir-se que os seus sonhos e objectivos foram acedidos.
Enquanto apoiante de primeira linha do sucesso dos surfistas portugueses, acompanhei e faço questão de continuar a seguir estes dois portugueses de excelência com máxima atenção. Frederico, hoje em dia, é a grandeza personificada de um país solidamente afirmado nas mais variantes do desporto mundial. Vasco, é conhecido pelos momentos espontâneos de genialidade como os que levou a erguer a taça do único título mundial que Portugal escreveu nos livros da história do surf.
Voltando às palavras trocadas no ano passado (e mantendo-as válidas também no final desta época desportiva que agora termina), Frederico respondeu ao Vasco com um “És o maior! Estou à tua espera.” Genial! Vamos em frente Campeões. Até para o ano!"
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