"No Estádio do Dragão tudo se passou com normalidade. O Benfica reduzido a 10 de forma injusta, e o Porto acabou com 11 de forma igualmente injusta. Ganhou aquela que é claramente a melhor equipa, e aquela que jogou melhor.
Vilas Boas merece elogios, porque foi correcto e porque com aquele plantel não pode fazer mais.
Aqueles que acusaram Jesus de inventar noutros desafios importantes, não souberam dizer agora que o inventor começou a ganhar o jogo nas suas opções.
O Benfica ganhou em grande parte, graças a Jorge Jesus.
Javi Garcia, Coentrão, e Luisão estiveram enormes pelos encarnados, e reduzido a dez jogadores o Benfica deu recital. O Porto fez com o Benfica o mesmo que o Rio Ave, mas Carlos Brito jogou contra 11.
A verdade é que apenas ganhamos mais um jogo. Um jogo difícil contra um adversário de respeito, mas o objectivo é vencer no Jamor.
Se a sobranceria do Benfica na Supertaça custou caro aos encarnados, a fanfarronice doa azuis e brancos antes deste jogo, foi o início duma exibição medíocre, e de uma derrota clara.
Vilas Boas teve razão. Não foi preciso um super Benfica, para este Porto tão vulgar. Bastou um Benfica concentrado e regular. É este Benfica que é preciso, concentrado e competente.
Jorge Jesus sabe que esta série de vitórias só terá valor se culminar com troféus. Os pequenos clubes festejam a vitória em alguns jogos, os grandes festejam títulos, e eu só festejarei com a vitória no Jamor. Se a segunda mão fosse para a semana a eliminatória estava resolvida a nosso favor, mas daqui a 70 dias há muitos imponderáveis. Mas que ficamos muito perto deste objectivo, disso não tenho dúvidas.
O Estádio do Dragão ficou rendido. O Benfica foi muito superior e desde os 10 minutos só se ouviram 2500 heróis, que cantaram aquilo que seis milhões sentiram."
Sílvio Cervan, in A Bola
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