Últimas indefectivações

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Com a subtração da verdade nos enganam


"Quando pensamos que a arbitragem portuguesa já esgotou as possibilidades de nos surpreender pela negativa, eis que novos episódios de desatinados, incompreensíveis e intoleráveis decisões afrontam a verdade desportiva, mancham o setor e corroem a credibilidade do mesmo.
Os juízos desconcertantes e erróneos verificados no jogo do Benfica B em casa do Estrela da Amadora na 20.ª jornada a Liga 2, no passado fim de semana, são simplesmente impossíveis de encaixar ou de digerir. Foram demasiados apitos desafinados deliberações a contrariar as evidências, penalizando gravemente a jovem equipa benfiquista.
Num derivado de anedota seca, sabendo-se que a introdução do VAR nos desafios da Liga 2 será uma realidade já na próxima época (2023/24), podemos sempre forjar a 'tese conspirativa' segundo a qual o que se passou no Estádio José Gomes, na Reboleira, terá sido somente uma espécie de promoção encenada e obtusa para enfatizar a importância que a videoarbitragem pode ter no papel de socorrista, perdão, de apoio às determinações da responsabilidade da equipa de arbitragem no recinto de jogo. Na verdade, num impulso, a tentação das tentações seria, perante o sucedido, argumentar em voz alta que a história e o desfecho daquele encontro do Benfica B mudariam por completo, se já houvesse um VAR de serviço para reparar os dislates. Mas... seria/será mesmo assim?
Factos recorrentes e recentes ao nível da videoarbitragem arrastam-nos para conclusões nada abonatórias, nada auspiciosas, começando desde logo pelo grave erro de apreciação do VAR (em cima do equívoco de análise do árbitro...) no embate do Benfica em Braga nos quartos de final da Taça de Portugal, onde um penálti notório sobre Guedes foi olimpicamente ignorado por quem tinha a obrigação de o sancionar ao invés de contribuir para a subversão dos acontecimentos.
Enquanto alguns 'profissionais' do setor se armarem de subjetividade na interpretação local e audiovisual e não aceitarem como uma urgência a 'uniformização' dos critérios de avaliação dos lances, vamos continuar a ter casos inenarráveis como os que vimos na semana passada. No meio da tempestade, seria igualmente útil se os 'patrões' de arbitragem nacional assumissem e explicassem os erros (no propósito de os mitigar e de melhorar a competência dos decisores), como ainda agora sucedeu em Inglaterra, agindo, depois, em conformidade."

João Sanches, in O Benfica

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