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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

As ridículas sortes do dr. Meirim da justiça desportiva

"Entre as figuras quase pombalinas que conjugam um perfil de peixe-balão pelos cargos de ocupam com uma actuação à dimensão do jaquinzinho está o conselho de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol.

Antigamente, a ida às sortes era uma espécie de triagem aleatória para determinar quem, sendo rapaz e tendo idade para ser incorporado para cumprimento de serviço militar obrigatório, era efectivamente integrado e quem seria dispensado. O tempo desportivo não é de guerra real, mas é de guerra surda. A guerra é surda, o comportamento de muitos com responsabilidade na federação e na liga é de cegueira, surdez e paralisia. De quando em vez emergem pungentes apelos à pacificação do ambiente e à valorização do espectáculo desportivo, mas os comportamentos por ação e por omissão são todos em sentido contrário. 
Entre as figuras quase pombalinas que conjugam um perfil de peixe-balão pelos cargos de ocupam com uma actuação à dimensão do jaquinzinho está o conselho de disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, liderado pelo incontornável José Manuel Meirim, uma espécie de Rei Sol do direito desportivo, tal a presunção que irradia.
Tal como na ida às sortes, é na triagem que a porca torce o rabo. Invariavelmente, as sortes do dr. Meirim debitam fustigação ao Sport Lisboa e Benfica e protecção ao Futebol Clube do Porto, com castigos ridículos e decisões que cravejam de nuvens o esplendoroso percurso académico, jurídico e mediático que a personagem procurou construir no panorama português. O azar das sortes do dr. Meirim é que a inclinação das decisões ou das deliberações está destruir o calcorreio de posicionamento que construiu como sol de todo o direito desportivo e a contribuir para a degradação do ambiente desportivo, pela dificuldade em vislumbrar critério de justiça e equidade na aplicação das normas à realidade.
A ida às sortes do dr. Meirim significa, quase sempre, mais condições para a guerra. Para que quem passa boa parte do tempo nos estádios a debitar cânticos de insulto e de destilação de ódio clubístico continue a fazê-lo. Mesmo quando os visados nem sequer são os adversários do dia em campo, como acontece amiúde nos jogos do Porto e do Sporting.
Para que alguns saibam que podem invadir centros de estágio de árbitros, insistir em iniciativas gratuitas de agitação do ambiente desportivo e persistir em programas televisivos para alimentar a única coisa que os mantêm unidos, o ódio ao Benfica. Parece que já nem o presidente do clube consegue esse cimento.
Para que o treinador e os jogadores persistam em campo com comportamentos que, para os outros, são sempre sinónimo de vários jogos de castigo e multas relevantes.
Em suma, se querem um ambiente positivo, de valorização do espectáculo e da relevância económica do futebol, Liga Portugal e Federação Portuguesa de Futebol não podem continuar a refugiar-se no silêncio e na inacção. Disciplinar e mudar comportamentos é difícil, mas tem de ser possível e assumido por todos.
E vem tudo isto a propósito do passivo acumulado de casos de arbítrio do dr. Meirim e seus pares, mas também da ridícula sanção, tão ridícula como a sustentação da decisão, de esboçar uma multa ao Porto por uma enorme tarja de insulto a titulares de dois órgãos de soberania e aos árbitros, aliás, em linha com a programação do Porto Canal. A entorse de permissividade permitido por estas protecções é tal que os autores persistem em perder o foco na realização do trabalho de casa para concentrar toda a energia que resta nos ataques ao Benfica, sem valorizarem o pouco de bom que fazem. No dia em que receberam o prémio da UEFA para Melhor Acção Educativa, no âmbito da Youth League 2018/19, o foco foi… atacar o Benfica, com indisfarçável azia pela decisão judicial de não julgar a Benfica SAD num processo. E o problema é que já contagiaram outros clubes e fazem alastrar a epidemia para o futebol em geral, sem foco no trabalho de casa – a atenção é sempre para a acção destrutiva das construções dos outros.
A verdade é que nenhuma instituição é perfeita, mas uma coisa é manter uma atitude positiva de transformação, de sustentação e de afirmação das potencialidades de um projecto desportivo, alicerçado na formação, nas infraestruturas e na competitividade das modalidades, outra bem diferente é apostar na destruição dos outros e contar com a efectiva protecção da justiça desportiva. É muito português, mas é miserável.
(...)"

1 comentário:

  1. Fiquei estupefacto com este texto de A.Galamba !!! Será que alguns jornalistas, analistas do Futebol Português dento e fora do campo, decidiram passar no consultório do oftalmologista ??? Teremos finalmente , da parte de alguns ( muito poucos, claro, não vale a pena sonhar…) numa visão despida de clubite , um olhar sobre o que se tem passado nos bastidores do Futebol Português e sobre quem toma decisões na FPF do "Nandinho das Faturas"...assim como na Liga do Pedro Proença, " é o que nós combinámos…" ??? Vamos observar que decisões serão tomadas por estes organismos, FPF e Liga, com a recente derrota do Canelas e os a desacatos que se seguiram, mais uma vez, no final do encontro. Será que a GRANDE amizade entre F.Gomes da FPF e F.Madureira ( criminoso, indigitado pelo presidente da FPF para "chefe" da claque da nossa Seleção, convém não esquecer…) é desta que vai acabar, pelo menos em público ?

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