"Jonas termina hoje, por imperativos de ordem física, uma carreira que teve um final brilhante. Retira-se como segundo melhor goleador estrangeiro do Benfica e, na minha opinião, melhor jogador estrangeiro da história do clube, o Aimar que me desculpe.
Como é estranho o futebol!
Jonas não teve escola, pois só começou a jogar aos 20 anos no Guarani de Campinas.
E, por duas vezes na carreira, foi considerado o “pior avançado do Mundo”. Em 2009, quando falhou um golo decisivo pelo Grémio frente a uma equipa menor da Colômbia na Taça Sul-americana, falhando o remate por três vezes com a baliza deserta, na mesma jogada - talvez o mais estrondoso falhanço da história do jogo. E, em 2014, quando ficou três meses na doca seca de Valência, pouco antes de se mudar para o Benfica.
Chegou à Luz completamente desacreditado por causa da incompreensão dos últimos treinadores que teve no Valência, em especial o português Nuno Espírito Santo. Poucos acreditavam na reabilitação do jogador.
E agora sai com a admiração e o respeito de todos os adeptos, não apenas os benfiquistas, e com o aplauso unânime da “crítica”. Pelo que ouço e leio, aliás, parece que só eu duvidei da aposta de Rui Costa, há cinco anos.
Mas, apesar do indiscutível sucesso, com 11 títulos em cinco épocas, incluindo 4 campeonatos, fica uma dúvida eterna pela sua fraca prestação nas provas da UEFA. Os brasileiros, que nunca o quiseram na selecção e agora estão admiradíssimos com o estatuto de ídolo do Benfica, acham que ele só foi grande em Portugal por causa da baixa competitividade da nossa Liga.
Pode ser. No futebol, ao contrário do que achava o poeta, são as fracas oposições que fazem mais forte o Rei. Quem não sabe defender, acaba goleado. E Jonas soube aproveitar isso como ninguém.
Obrigado, pois, ao “pior avançado do Mundo” e a todos os envolvidos na decisão de recomeçar a carreira em Portugal, cada vez menos opção nem desafio para grandes jogadores, devido às disparidades financeiras - e, também, à baixa competitividade."
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