"O futebol mundial, mas sobretudo o futebol português, fica mais pobre
Quarta-feira, dia 10 de Julho de 2019.
Hoje o futebol mundial, mas sobretudo o futebol português, fica mais pobre. Jonas oficializa que fecha a porta para sempre. Para a história ficam as memórias de quem teve a felicidade de o ver jogar. Sobretudo no Benfica, clube no qual, acredito, Jonas atingiu a excelência do talento.
Já disse isto uma vez, mas vale a pena repeti-lo hoje.
Ao longo de quatro década de vida vi jogar grandes craques. Madjer, por exemplo. Pablo Aimar. Balakov. Lucho González e Falcao. Hulk. Liedson e Leandro. Jardel e Drulovic.
Tive o prazer de testemunhar a magia de muitos talentos, mas Jonas é para mim o melhor estrangeiro que vi jogar em Portugal.
Nele tudo era talento, inteligência e elegância.
A forma como não estava sempre em jogo, mas sabia aparecer no momento certo para ser decisivo, era sublime. Podia ser um golo, uma assistência, um passe de cinquenta metros, uma abertura.
Jonas era um daqueles prodígios que tinha todas as qualidades muito bem arrumadinhas em doses verdadeiramente irrazoáveis. Um génio.
Jonas marcou 137 vezes ao longo de cinco épocas na Luz, mas o retrato que eu guardo dele para sempre não é um golo: é uma assistência.
A 19 de Agosto de 2017, na goleada sobre o Belenenses, o brasileiro aproveitou uma bola a meio-campo que não parecia ser uma ameaça iminente para, de costas para a baliza adversária e para Seferovic, perceber o movimento do companheiro e, com um pequeno toque com a nuca, isolá-lo na cara do golo: o suíço correu trinta metros e fez um golo simples.
Brilhante, sem dúvida.
Jonas era muito isto: inteligência, visão, rapidez de pensamento e talento.
Muito obrigado por tudo. Foi um prazer."
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