"Aquele segundo em que Pizzi segura a bola até Rafa se livrar dos adversários e ficar livre para rematar à baliza e fazer golo. É essa a imagem que não me sai da cabeça depois do clássico disputado na Antas. É que aquele golo é muito mais do que um simples golo. Além da beleza e da importância da jogada, quero acreditar - e assim me ajudem Bruno Lage e os jogadores - neste lance como a machadada final em décadas de mentira. O golpe que eles mereciam, a resposta certa no momento e lugar exactos. O que Rafa e os seus companheiros de campo conseguiram foi calar os inimigos - há muito que deixaram de ser apenas rivais - e remetê-los ao silêncio, ao desconforto, à vergonha de terem tentado tudo e mesmo assim terem perdido. Não tenho nada contra as equipas que se esforçam ao máximo (dentro da legalidade) para nos ganhar, mas não é disso que se trata. Ao longo de décadas, e nos últimos anos de forma visível, tentaram sujar-nos de todas as formas possíveis. Nesta temporada foram vasculhar o seu passado para lançar suspeitas de doping, arranjinhos, agressões e favores a árbitros. Coitados, como se alguém esquecesse aquilo que eles são.
Na ressaca da derrota caseira até foram ressuscitar o tema do pirata informático, para desviar atenções. Mais um tiro que lhes saiu ao lado. Ou, a ver pelo que aí vem, ainda lhes vai acertar em cheio no pé. Assim o queiram os deuses do futebol e da verdade."
Ricardo Santos, in O Benfica
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