"Enquanto benfiquistas, almejamos incessantemente o sucesso desportivo, ao ponto de, por vezes, quando este não é atingido, sermos injustos com os nossos profissionais. Exigir vitórias faz parte da quintessência benfiquista, embora, em boa verdade,a superior qualidade e inexcedível entrega são suficientes para que nos possamos sentir representados por quem tem o privilégio de envergar a camisola do glorioso. Os títulos e troféus são as consequências naturais destes predicados, embora, por si só, não os garantam. Defendo que, mais do que avaliarmos os nossos treinadores e jogadores pelos títulos e troféus, devemos tentar perceber se são competentes, dedicados e identificados com os valores do clube. Por outras palavras, reconhecer que nem sempre a derrota se deve a culpa própria, mas ao mérito dos adversários. Não procuro desculpabilizar os insucessos, mas antes valorizar os feitos desportivos. E não são poucos!
Em dez (!) supertaças disputadas esta temporada, vencemos sete. Perdemos bem em basquetebol, hóquei em patins e ténis de mesa. No entanto ganhámos ainda melhor nas restantes, tendo o voleibol e o hóquei em patins (feminino) ocorrido no passado fim-de-semana. É o ecletismo na sua expressão máxima, pujante como só no Benfica poderia ser. Mérito, bastante mérito, raramente reconhecido pelos nossos rivais. Então no futebol... Somos tricampeões nacionais e acabámos de estabelecer um novo recorde:16 vitórias consecutivas fora no campeonato. Reconhecimento adversário do nosso mérito? Desconheço... E ainda bem ! É combustível para a nossa ambição...
P.S. Ao Nélson Évora: «No imediato o dinheiro vence a dedicação. No futuro, a dedicação goleia o dinheiro», Cosme Damião."
João Tomaz, in O Benfica
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