"Tanto Rui Vitória como a nossa equipa de andebol são previsíveis, no sentido em que o primeiro procura sempre alterar o que terá contribuído para uma exibição menos conseguida e a segunda nunca se dá por vencida.
Na Choupana, Cervi e Mitroglou deram o lugar a Jonas e Jiménez, e Pizzi alinhou noutra posição. O Benfica surgiu mais solto, dinâmico e esclarecido. O regresso de Jonas fez toda a diferença, todavia as melhorias extravasaram a influência do nosso formidável atacante. Talvez, também, por outra das facetas do Benfica liderado por Rui Vitória ser uma certa previsibilidade na reacção positiva a um desaire recente. Não o esquecemos na próxima infelicidade.
Em Setúbal, frente ao ABC, os nossos andebolistas recuperaram de uma desvantagem de quatro golos a seis minutos do final da partida. O triunfo nesta Supertaça deveu-se à qualidade, à entrega e à recusa em aceitar uma derrota que chegou a parecer inevitável.
'À Benfica', portanto, o que começa a tornar-se previsível na nossa equipa de andebol, independentemente do desfecho final, poderemos sempre depositar nela a confiança de que tudo fará para engrandecer o nosso palmarés na modalidade.
E já que refiro a previsibilidade, uma última palavra para o clássico dos antis disputado na última jornada. Os portistas queixaram-se do árbitro, os sportinguistas não reivindicaram a necessidade da implementação do uso do vídeo-árbitro, e ambos, alegres e contentes numa espécie de irmandade, insultaram os benfiquistas. Não duvido de que sejam rivais... na disputa pelo ceptro do antagonismo ao Benfica. Eles lá saltam para ver quem não é lampião, e nós, sentados em frente ao televisor, sorrimos."
João Tomaz, in O Benfica
excelente texto.
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