"1. Remontada é a palavra da moda em Espanha. Primeiro, foi o Real Madrid em Manchester, onde teve a ajuda do turco Çakir que decidiu (com a bênção de Collina) virar a eliminatória do avesso; depois, foi o Barcelona que, humilhado e dado por morto em Milão, resolveu equipar-se de gala e transformar o Camp Nou no Teatro della Scalla para recitar uma ópera épica, mais uma, sob a batuta de Messi, o maior maestro de todos os tempos; finalmente, o Málaga a quem o Porto estendeu a passadeira vermelha para fazer das fraquezas (bem visíveis no Dragão) forças. E assim, graças à fortuna e ao valor próprio conjugados com a inépcia alheia, os espanhóis continuam com três equipas em prova e podem cantar olé. Deve dizer-se que a eliminação do FC Porto não era esperada mas Vítor Pereira, mais uma vez condicionado pelo medo, quis improvisar. Apesar da enorme superioridade manifestada no jogo da 1.º mão que o 1-0 não traduz de todo, optou por jogar com um só atacante (Jackson) embora houvesse outro em campo a fazer número (Varela). Ao renunciar a James em benefício de Defour, transmitiu à equipa a sua apreensão e pouca convicção. Tanto mais que, moralmente, o adversário estava de rastos: vinha de quatro jogos sem vitórias e apenas um golo marcado! O próprio Helton não se coibiu do inevitável sketch de que Rizzoli gostou tanto que até lhe perdoou a fífia.
2. Rolando está à prova no Nápoles, estreou-se na Série A no passado dia 10 e só tem mais oito jogos para convencer a exigente crítica italiana. Nessa partida em Verona contra o Chievo, que o Nápoles perdeu (0-2), foi um dos dois melhores juntamente com Behrami (um Kosovar naturalizado suíço), classificados com a nota de 5,5 em 10. Antes disso, Rolando tinha sido utilizado apenas na Liga Europa, no duplo confronto com o Viktoria Plzen e, ao que rezam as crónicas, desiludiu quer como líbero quer como stopper. Por este andar, dificilmente virá a ser resgatado pelos, sete milhões acordados."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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