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terça-feira, 24 de outubro de 2023

A Luz exige a vitória


"À terceira jornada da fase de grupos da Liga dos Liga dos Campeões esperam os adeptos do Benfica que os seus jogadores honrem a camisola, vençam os espanhóis da Real Sociedad, tarefa muito complicada, e afastem, definitivamente, o perigo de repetição da vergonha de 2017/2018, no consulado de Rui Vitória, com seis jogos, seis derrotas e apenas um golo marcado.
O jogo de hoje é determinante e Roger Schmidt afirmou em conferência de Imprensa que está «nas nossas mãos» a solução para resolver o problema. Muito bem, joguem e ganhem, é o que se lhes pede. Caso contrário, a presença na mais importante competição da UEFA ficará seriamente comprometida.
A família benfiquista não vai faltar com o seu apoio, mas naturalmente preocupada, por diversos motivos. A derrota em casa, frente ao Salzburgo, doeu muito, por se ter percebido que o treinador encarnado, ele que tão bem conhece o emblema austríaco e tão boas recordações lá deixou, foi surpreendido pela sua entrada diabólica, trazendo às memórias o filme do jogo com o FC Porto, também na Luz, na época passada.
Na altura, A BOLA falou em 15 minutos de terror e de um treinador congelado, como escreveu Vítor Serpa na sua crónica, que não preparou a sua equipa para a eventualidade de «o adversário abordar o jogo à Porto, criando uma enorme pressão atacante e impondo uma intensidade que o Benfica continua a não saber acompanhar».
Não caiu em saco roto esta observação e não foi por acaso que, ainda ontem, meio a brincar, meio a sério, Schmidt afirmou que «os jogos mais importantes do Benfica são sempre com o FC Porto» e, esta época, «já ganhámos duas vezes». Prova da sua preocupação e da irredutibilidade de quem não se desvia do caminho traçado, o que é bom, por ser uma manifestação de confiança naquilo que faz. O problema reside, no entanto, quando os outros, os que circulam em sentido contrário, também não se desviam e exigem aquela agilidade tática para tornear o obstáculo e seguir em frente. Esta característica o treinador alemão não tem revelado.
Roger Schmidt está a erguer um edifício futebolístico vencedor. Foi campeão nacional, chegou aos quartos de final na Champions e na presente temporada já conquistou a Supertaça. Mais, naquelas comparações que os adeptos apreciam, nos confrontos diretos com Sérgio Conceição, em quatro venceu três. Nada a criticar, portanto, em relação ao seu percurso, mas manter uma equipa de futebol em rendimento elevado por período prolongado é um processo complexo e é aqui que parece faltar-lhe a necessária flexibilidade para mudar quando deve mudar, mesmo que tenha de colidir com o seu próprio pensamento, porque se recusar fazê-lo entra no campo da teimosia e daí até dar asneira é um passo.
O Benfica tem mais e melhor equipa do que os desempenhos recentes sugerem. O que se viu em Milão, diante do Inter, é para não repetir. Não evitou a derrota mas suavizou o resultado porque o jogo foi uma aflição, suscitada pela ideia de prescindir de ponta de lança sem alterar o desenho tático.
Kokçu, apesar do preço que custou, não tem a dimensão de Enzo Fernandes, nem se lhe aproxima, mas foi escolha de Schmidt, por isso é intocável , embora ainda por justificar esse estatuto. Neres e Di María podem jogar em simultâneo, claro que sim, mas demorou a convencer-se. No centro, onde as coisas não têm corrido de feição, há alternativas seguras, desde que motivadas e devidamente utilizadas.
Na frente, Tiago Gouveia talvez mereça mais atenção e minutos e o jogo com o Lusitânia pode ter destapado uma nova solução. Recordo-me de treinador amigo, quando foi anunciada a contratação de Arthur Cabral, me ter falado em bom negócio, mas que seria preciso trabalhá-lo, porque no sistema de Schmidt iria sentir dificuldades, que se confirmaram. Com a proximidade de Gonçalo Guedes tudo parecer ter mudado, para melhor. Foi dele o passe para, finalmente, o ponta de lança brasileiro quebrar o enguiço. Só me espanta Schmidt ainda não se ter apercebido disso. Ou fez de conta, para continuar a segurar Tengstedt como opção e colar em Rafa o rótulo de imprescindível.

Braga real
Na capital do Minho, a visita do Real Madrid para jogar a Liga dos Campeões é um prémio merecido para António Salvador, que em vinte anos de presidência colocou o Sporting Clube de Braga no mais elevado patamar do futebol europeu. Ganha o concelho e ganha a cidade, que já recebeu muitos visitantes ilustres, como Milan, Liverpool ou Manchester United, trazidos pelos sucessos do futebol. Nenhum tão ilustre como este, porém: 14 vezes campeão europeu. Artur Jorge e os seus jogadores vão ficar na história. O nome Braga vai chegar aos quatro cantos do mundo."

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