"Amigo leitor, neste ano nem me atrevo a desejar-lhe um Natal feliz. 2020 foi atípico, doloroso, dramático. Ninguém estava preparado para a revolução a que assistimos. Esta Consoada será diferente, e não há nada que possamos fazer para alterar a situação. Tudo isto por culpa do calendário: foi agendado um Benfica - FC Porto para 23 de Dezembro, pelo que o sabor das rabanadas, da aletria e do bacalhau depende da inspiração do Darwin, do Everton e do Rafa. Sem adeptos, como já temos vindo a habituar-nos, o que significa que nem sequer teremos a possibilidade de dar aquele nosso contributo tão fundamental. Depois de um ano infeliz, 24 horas antes do Natal saberemos se vamos jantar um bom polvo ou se nem o conseguiremos mastigar. Diz a minha mão que, desta vez, deu mais de 50€ pelo bicho e tem a certeza de que vai ser dos bons. Pobre inocente, não faz ideia de que ser fresco ou congelado, grande ou pequeno, leve ou pesado, caro ou barato não terá interferência rigorosamente nenhuma na quantidade do prato. Será a minha mãe a cozinhar, mas isto nem sequer está nas mãos dela. Está nas mãos do Vlachodimos e nos pés do resto da malta.
Quando este artigo for publicado, o resultado da Supertaça já será conhecido. Não sei se o desfecho do jogo enquanto escrevo estas palavras, e são vários os cenários que passeiam pela minha cabeça. Até já imaginei uma vitória pela margem mínima com um remate endiabrado desde o meio-campo, mas infelizmente o Laurent Robert não foi inscrito no plantel - até porque já terminou a carreira há mais de dez anos. O resultado poderá ser qualquer um, porém, há um dado inalterável: o Natal será sempre vermelho e branco."
Pedro Soares, in O Benfica
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