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quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

'O Estádio da Luz «virou hoquista»'


"O Benfica foi o anfitrião do Campeonato Europeu de hóquei em patins de 1965 e Portugal sagrou-se tetracampeão europeu

Em 15 de Maio de 1965, no Estádio da Luz, inaugurou-se, qual 'jóia incrustada na grandiosamente' do 3.º anel, o Pavilhão dos Desportos, de 'traço simples mas grandioso'. As modalidades benfiquistas, antes obrigadas a receber os adversários em campos alheios, viram colmatadas e satisfeitas parte das necessidades pelas quais passavam.
A iluminação, 'especialmente concebida' para o complexo, era 'comparável à máxima do recinto do Parque Eduardo VII'. Outra 'das coisas boas que há ali dentro é justamente o piso', facto que animou os hoquistas, em particular. A modernidade das instalações permitiu que aí se realizasse a 27.ª edição do Campeonato Europeu de hóquei em patins, três semanas depois.
Participaram nove seleçoes: Alemanha Ocidental, Bélgica, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Portugal e Suíça. Os jornais imprimiam que 'Portugal é favorito' a campeão por ser 'dos melhores praticantes do Mundo'. Em boa verdade, Portugal estava em segundo, na soma de todas as conquistas na competição.
Funcionamento em sistema de poule, o Campeonato foi conquistado por um Portugal com 100% de eficácia. A dureza da prova e o equilíbrio entre as equipas expressaram-se quando, 'um a um, foram caindo os invictos'. A Suíça, que impôs 'sensacional derrota' sobre a Espanha, acabou derrotada por 8-1 frente aos portugueses.
A brilhar no 'cinco' portugueses esteve António Livramento, 'subtil e objectivo' jogador do Benfica, que com Adrião do FC Porto e Vaz Guedes do CA Campo de Ourique, formaram um 'trio de classe'. 'Com velocidade endiabrada', Livramento foi peça-chave nos colossais 10-0 frente à Holanda e nos 17-0 à Bélgica.
A competição foi gradualmente despertando o interesse do público, apesar das 'naturais dificuldades de transporte e acesso ao Estádio'. No último jogo, em 12 de Junho de 1965, frente a Espanha, o Pavilhão dos Desportos, com capacidade para cinco mil espectadores, 'registou enchente'. Aí, viu-se na selecção portuguesa 'um virtuosismo (...) presente em cada lance, transformando o hóquei em patins em algo mais que patinagem, dribles e remates'.
Portugal, que havia sido tetra-campeão europeu e 1950, repetiu a proeza em 1965, com pontuação máxima, 'no atraente pavilhão do Estádio da Luz'.
Na área 17 - Chão Sagrado, do Museu Benfica - Cosme Damião, poderá encontrar mais sobre as instalações benfiquistas na história do Clube e do país."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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