"Para Amade-Escot, ex-presidente da rede europeia “European, Women and Sport” (EWS), defender as mulheres, em geral, e as mulheres no desporto, em particular, é defender a igualdade e o progresso da liberdade. São palavras nobres. Mas, a realidade, é que existe, na actualidade, um desfasamento importante entre as práticas desportivas propostas pelos clubes, virados essencialmente para a competição, e as aspirações das mulheres, mais diversas e orientadas para a convivialidade, as práticas familiares, a saúde e o lazer. Este desfasamento, explica, em parte, o número insuficiente de mulheres a praticar desporto. Resulta daqui também a fraca presença nos centros de decisão (federações, por exemplo). Os mitos, os estereótipos e o sectarismo fizeram com que o direito à prática desportiva lhes fosse negado durante muito tempo. Durante décadas, a questão central debatida foi quais as práticas desportivas e quais as provas que se poderiam oferecer às mulheres. Em 1900, por exemplo, elas participam, pela primeira vez, nos JO modernos em duas disciplinas: o ténis e o golfe. O fundador da “exposição universal do músculo” (JO modernos), o barão Pierre de Coubertin, não queria que as mulheres participassem. Em 1912, quando dos JO de Estocolmo, escreve mesmo que “os Jogos Olímpicos devem ser reservados aos homens”. Confirmando a sua posição negativa, declarou que “uma olimpíada com a participação de mulheres seria pouco prática, desinteressante, pouco estética e incorrecta”. Para si, elas estavam lá apenas para aplaudir e coroar os vencedores. Apesar do seu desacordo e os seus discursos, as mulheres entraram, progressivamente, nos JO e aí permaneceram. É inseparável da realidade do desporto moderno. A participação das primeiras mulheres desde os primeiros JO aumentou substancialmente. Esperemos que se continuem a promover iniciativas para uma maior participação das mulheres na prática desportiva. São os meus votos para 2020, não esquecendo que o progresso desejado de maior participação no desporto passa pela educação."
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