Últimas indefectivações

sábado, 28 de dezembro de 2019

É no 38 que pensamos

"Ganhámos o último campeonato mas essa conquista já tem o pó da história, queremos o brilho do próximo título

Termina o ano de 2019 marcado, na perspectiva benfiquista, pela reconquista do campeonato, com quatro pontos de vantagem sobre o principal rival. Bem vistas as coisas nada disso interessa, de nada serve dividir a história em retalhos, em períodos de tempo manipulados para criar sensações de vantagem ou desvantagem na contagem dos êxitos. Interessam duas coisas: as 37 títulos de campeão nacional conquistados e a vontade de vencer esta época um novo campeonato.
A história é importante mas o presente é tudo. A situação financeira é importante para vencer mais vezes, a boa gestão é decisiva para vencer, estar na frente é melhor se permitir vencer no fim. No desporto há um longo sofrimento para a efémera alegria da vitória, por isso ela é tão importante e tem de ser tantas vezes repetida. Bruno Lage sabe disso, não alimenta lateralidades e não desvia o foco daquilo que interessa: vencer.
Ganhámos o último campeonato mas essa conquista já tem o pó da história, queremos o brilho do próximo título, queremos a adrenalina do próximo Marquês, queremos a eternidade do próximo Campeonato Nacional. É no 38 que pensamos. Não é verdade que não se ligue ao resto, mas, sem a Liga, liga-se pouco. Porquê? Porque é o próximo e para os adeptos o próximo é sempre (quase) tudo.
Esta fase da época, com a janela de mercado, traz sempre instabilidade, nem que seja noticiosa, mas Bruno Lage tem sido implacável com a estupidez. A resposta de Bruno Lage sobre RDT é, a respeito deste tema, paradigmática: «Vai trabalhar como um bicho». Há duas verdades que não serão fáceis de contrariar sobre a matéria. Primeiro, o espanhol ainda não rendeu o que se espera; segundo, RDT é dos melhores valores a jogar futebol em Portugal e vai dar alegrias aos benfiquistas em grande quantidade. Bem se percebe a vontade dos adversários que o queriam ver pelas costas, eu também faria o mesmo se não fosse benfiquista. Na resposta do treinador está o único ingrediente que se pode juntar ao talento para chegar ao êxito, o trabalho. Por isso foi tão importante e concisa a resposta dada.
Comprar pouco e muito bem, valorizar o que temos, jogar cada vez melhor e de forma mais consistente são os desejos para ter um benfiquista ainda mais feliz. Foi um grande 2019, mas só pensamos num enorme 2020 para o Benfica."

Sílvio Cervan, in A Bola

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!