"Está, enfim, encontrado o nome do vencedor da Liga 2018/2019: chama-se Benfica e é um campeão justíssimo. Por muito que muitos tentem descarregar noutro lado qualquer a frustração de ver fugir este título que, em Janeiro, talvez já dessem como garantido, basta um olhar aos já batidos números da extraordinária recuperação encarnada para acabar de vez com as dúvidas em torno do mérito de quem o ganhou - e, já agora, do demérito de quem o perdeu. Tudo o resto é (e isso é, em Portugal, infelizmente transversal a todos os clubes...) conversa para desviar atenções de erros próprios que a dirigentes e treinadores interessa sempre disfarçar. Ou pelo menos tentar disfarçar.
Este 37.º título ganho pelo Benfica tem, como têm todos, muitos rostos. Uns mais conhecidos e outros (muitos) anónimos. Mas há um que sobressai sobre todos: Bruno Lage. Aquilo que fez o praticamente desconhecido treinador em que Vieira apostou (tenha sido por coragem, poque não tinha melhor alternativa ou por um pouco das duas...) quando todos davam a águia como morta entrará para a história, não só do clube mas do futebol português: 18 vitórias em 19 jogos é registo realmente impressionante, ainda mais se pensarmos que apenas perdeu pontos num encontro com o Belenenses em casa, quando teve de jogar em Guimarães, Alvalade, Braga ou Dragão. Lage conseguiu o que ninguém acreditava ser possível e deu a Luís Filipe Vieira aquele que foi, talvez, o mais importante título - pelo que se passou fora do campo nos últimos dois anos - dos sete que já ganhou como presidente do Benfica. Celebrou-se por isso, Vieira, de forma mais eufórica do que festejou qualquer outro, tetra incluído, pela importância que sabia ter ganhá-lo agora, para ele e para os adeptos. E devem, todos, agradecê-lo a Lage."
Ricardo Quaresma, in A Bola
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