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sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Para reflexão benfiquista

"A formação/prospecção do Benfica tem desenvolvido, ao longo dos últimos anos, um trabalho absolutamente notável e, noutra conjuntura, seria possível aos encarnados apresentar, ao dia de hoje, um onze-base formado por Ederson; Nélson Semedo, Lindelof, Rúben Dias e João Cancelo; Bernardo Silva, André Gomes, Renato Sanches e Hélder Costa; Gonçalo Guedes e Rodrigo Moreno. Por dez destes onze jogadores (Rúben Dias é a excepção) o Benfica recebeu à volta dos 250 milhões de euros, que foram usados pela administração da SAD para equilibrar o barco, num modelo de negócio baseado no binómio formação/vendedor.
Há, porém, uma dimensão desportiva que não pode ser descurada, por mais aliciantes que sejam as propostas, sob pena de o clube mergulhar num défice competitivo incompatível com o seu ADN. 
Hoje, existe em relação ao Benfica uma percepção generalizada de que mais vale um bom negócio do que um bom rendimento desportivo. Embora isso possa não corresponder, até, integralmente, à filosofia da SAD, a ideia que começa a generalizar-se («podem vendê-los por muito dinheiro» disse há dois dias Matic, referindo-se a Svilar, Rúben Dias e Diogo Gonçalves) é a de que o Benfica dá asas, mais do que a um projecto desportivo, a uma frenética plataforma de negócios. E como não é possível ter sol na eira e chuva no nabal, a capacidade competitiva da equipa acaba por degradar-se.
Há uns anos, Luís Filipe Vieira, depois de estabilizar os pilares do património e das finanças, estabeleceu como prioridade a solidificação do pilar competitivo. Está à vista que vai ter de regressar a essa prioridade..."

José Manuel Delgado, in A Bola

3 comentários:

  1. Caro José Manuel Delgado,

    O espírito das Redirectas está espelhado no seu artigo de opinião.
    Deixa-me feliz ver a mensagem que desejamos passar, espelhada em vozes de pessoas que são autoridade na matéria, sobretudo porque o José Manuel Delgado é um dos jornalistas desportivos que eu mais respeito.
    Estamos assim deixando de lado o acessório indo de encontro ao essencial.
    Espero no futuro poder ler mais vozes levantarem-se, tendo em visto esse desígnio, de voltar a ver um Benfica focado naquilo que é na realidade o seu ADN: Vencer!

    Caros companheiros, olhemos para dentro e façamos a reflexão necessária.
    Os erros cometidos esta época não se podem tornar a repetir.
    As prioridades não podem ser invertidas.
    O Benfica não pode abdicar do seu destino de ser o Glorioso.
    Quem veste o manto sagrado deve sentir isso mesmo. Essa mística de vitórias épicas que a todos nos alimenta a alma.
    No futebol de hoje em dia, para vencer é necessário cada vez mais competência e superação mas, eu acredito que com a estratégia correcta, o Benfica tem a massa crítica para continuar a voar bem alto pelos palcos dessa Europa fora.
    José Manuel Delgado escreve:
    “...vai ter de regressar a essa prioridade.”
    E eu acrescentaria:
    “...que nunca deveria ter abandonado!”

    Viva o Benfica!

    Redheart

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  2. Com que dinheiros haveria de equilibrar as contas? Da China ou dos Emirados? Porque não acredito que as cotas dos socios e os bilhetes sejam suficientes sr Delgado, ou será que tem outra solução mágica?

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    Respostas
    1. Caro companheiro,

      Sugeria-lhe que lê-se as últimas Redirectas que eu público todas as Quintas-feiras aqui no Indefectível.
      Eu acredito que existe um caminho alternativo.
      E acredito que existe uma fórmula para colocar em prática um modelo económico distinto para o Sport Lisboa e Benfica onde a qualidade da equipa e a sua competitividade possam ser a prioridade número um a partir da qual todo o resto se constrói.
      Não acredito que o desinvestimento na equipa de futebol seja o caminho e muito menos acredito em contratações de jogadores por valores astronômicos que nada acrescentam ao plantel.
      Existe no momento actual do Benfica uma série de contra-sensos, senão vejamos: Contrata-se Rafa por 16 milhões e vende-se o melhor guarda-redes do mundo pelo mesmo montante quando tinha uma cláusula de 60 milhões. Contrata-se Raul Jimenez por 25 milhões e vende-se Mitroglu por 15 milhões.
      Vende-se Gonçalo Guedes e Renato Sanches porque “tivemos que os deixar ir” e lêem-se declarações deles que o que eles querem é jogar.
      Basta por a cabeça para pensar para chegar à conclusão que o discurso oficial é omisso nas explicações devidas a tais incongruências práticas.
      Ou seja, a bota não bate bem com a perdigota.

      Viva o Benfica!

      Redheart

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