"O dia a seguir a um jogo do Benfica é sempre especial. Jogo e si é sempre uma emoção, mas é no rescaldo, no dia seguinte, que vem à luz tudo aquilo que somos e sentimos enquanto benfiquistas. É quando chego de manhã ao trabalho, e me cruzo com o primeiro colega que é dos nossos, que sinto o pulsar da nação vermelha e imortal. Percebo melhor quando lhe aperto a mão e ele torce o nariz à exibição ou sorri de forma generosa depois de ter a barriguinha cheia de golos do Jonas. Ou quando chego à minha sala e logo se ouve um 'aquilo ontem foi complicado' ou algum polegar se ergue no ar sem ser preciso dizer mais nada. Dos outros pouco escuto, porque felizmente trabalho num local onde os não-benfiquistas já perceberam que é melhor esperar pelas contas finais.
Melhor seria se os dirigentes dos seus clubes aprendessem alguma coisa com eles. Mas não. Tanto os megalómanos como os condenados por corrupção preferem passar as primeiras semanas do campeonato a encher um balão que, mais tarde ou mais cedo, lhes vai rebentar na cara.
A diferença está em nós, os benfiquistas. Somos tantos, que há de tudo para todos os gostos. Temos os que estão sempre a torcer o nariz e que só percebem o que lhes cai em cima quando estão no primeiro anel do Marquês com um cachecol na mão a tentar ver o Rui Vitória a fazer uma selfie. Temos os que, a levar sete do Celta de Vigo a dez minutos do fim, ainda acreditavam na reviravolta (eu...). Temos os que não gostam do presidente e veem uma conspiração em casa esquina. Temos os treinadores-directores desportivos campeões na consola. Temos os que não sabem o que é um fora de jogo. Temos os que gostam do equipamento alternativo. Há de tudo. E é com todos estes que vamos chegar lá. Ao primeiro anel do Marquês."
Ricardo Santos, in O Benfica
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