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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Futebol profissional: providência cautelar precisa-se!

"O verdadeiro desportista pode passar toda a sua vida de atleta no mesmo clube e sem receber um euro sequer

Como sociólogo do desporto e com formação académica em Ciência Política e em Antropologia, ou seja, conhecendo a acção do homem em questões sociais e políticas e ainda a sua origem – recentemente acrescentaram mais 100 mil anos de antiguidade ao Homo sapiens –, de facto parece, como é sabido, que a evolução do ser humano actual, e não só, só pode ser explicada por dois factores essenciais, que o homem não controla: o tempo e a mutação. Mas lendo as notícias da Terra – sim, não se trata de outro planeta –, ficamos com a impressão de que a evolução de certos seres vivos na Terra não foi igual à de outros, e isto fruto apenas e tão--só de uma actividade chamada “futebol profissional”, que possivelmente, devido às grandes tensões psicológicas, às grandes variações no sistema humoral e hormonal a que os seus praticantes estão sujeitos, lhes afecta também o sistema nervoso, e, consequentemente, a integração humana, ou seja, a forma como é feita a recepção de toda a informação, que depois é processada e interpretada, para ser elaborada uma resposta inteligível, adequada e racional.
De facto, lendo o “Correio da Manhã” dos dias 14 e 15 de Junho de 2017, um jornal obrigatório para qualquer sociólogo, ficamos com a certeza de que as pessoas vinculadas ao futebol profissional vivem num mundo que não é real e sofreram uma evolução diferente dos outros humanos, normais, e tentam tirar partido, em seu proveito próprio e exclusivo, da estupidez humana normal, que abraça o futebol profissional como uma droga para poder resistir à vida de trabalho árduo, e mal pago. Antes do 25 de Abril, alguns apelidavam-no de ópio do povo (para que o poder político pudesse governar tranquilamente, sem ser incomodado), mas continua exactamente na mesma, ou seja, as pessoas ignoram os verdadeiros problemas da grei e vivem num estado de permanente alienação.
Mas agora do que se trata é da confusão de certa comunicação social, que chama desporto e atletas, respectivamente, ao futebol-espectáculo profissional e aos seus trabalhadores, com leis, regulamentos e normas tão bizarras que levam a pensar no “Planeta dos Macacos”, dizendo mesmo que não se pode cuspir em certas pessoas em túneis nem expelir fumo de cigarros electrónicos para a cara das pessoas, etc., e têm ainda o descaramento de chamar àquela actividade comercial e industrial “desporto” e acrescentar que estão muito preocupados com a verdade desportiva...
Como sociólogo, pensamos que o futebol-espectáculo é importante para a catarse do povo e para o seu equilíbrio psicológico, mas seria bom aproveitar este momento da verdade de certo futebol profissional para separar as águas: é que o verdadeiro desporto não é nada disto! Então pede-se à comunicação social, e aos seus agentes, que tenham a lucidez de dizer a verdade, e a verdade é que o futebol-espectáculo profissional não é desporto, é tão-só a actividade profissional de alguns que se comportam como mercenários: vão sempre trabalhar para quem lhes pague mais!
O verdadeiro desportista pode passar toda a sua vida de atleta no mesmo clube e sem receber um euro sequer.
O que nos espanta ainda mais é que a tutela nada diga, demonstrando uma enorme falta de autoridade e incapacidade gritante de separar o trigo do joio, levando a que o cidadão comum comece a duvidar de certa actividade governativa..."

Mário Bacelar Begonha, in i

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