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domingo, 14 de maio de 2017

A desaparição ou não

"A História, como se sabe, é invariavelmente escrita pelos vencedores. Se o Porto vier a ser o campeão de 2016/17, os futuros manuais da "História da Futebolice" entoarão loas à genial estratégia do presidente do FCP, que se soube apagar no calor das refregas, delegando na pequena figura de um antigo jornalista, a quem confiou a direcção de comunicação do clube, todas as despesas teóricas e práticas da "guerra" contra o arqui-inimigo Benfica e a quem cedeu palco, holofotes, hóteis de cinco estrelas e honrarias da fama, fez dele fazendo o rosto e o cérebro da instituição a que preside há três décadas. Se o Porto conquistar o título, tudo isto - a desaparição do presidente em favor das ascensão plenipotenciária de um mais jovem comunicador- será considerado o resultado previsível da liderança de um ser superior que se soube resguardar dos conflitos que extenuam qualquer mortal, de modo a poder apresentar-se, fresco que nem uma alface, quando se dirigir ao povo da Afurada cantando que "apita o comboio" como nunca antes apitou.
No entanto, se o Porto não for o campeão de 2016/17, não lhe pertencendo o direito de escrever a seu modo a História desta temporada -e, por arrasto, a História das últimas quatro temporadas -, é de presumir que a "desaparição" política de Pinto da Costa venha a ser castigada mesmo. Não pelos indefectíveis historiadores benfiquistas mas pelos apaniguados da nação portista que, imediatamente, mandarão às malvas os argumentos externos com que os foram entretendo enquanto durou a compita - os árbitros, as cartilhas, o mau feitio do Jonas, o Facebook da senhora da Liga...- para se passarem a entreter com exigências do apuramento das responsabilidades internas.
Entre hoje e a próxima semana tudo ficará esclarecido. Se o Benfica não for campeão, falhará o tetra pela quinta vez na sua História e os seus adeptos ficarão muitíssimos desgostosos. Se o Porto não for campeão terá o responsável máximo, o chefe-de-caixa, de ouvir das boas da sua gente. Poucos portistas perdoarão, no culminar de quatro anos de seca, que ainda se tenha o seu clube disponibilizado para "oferecer" aqueles quatro títulos alternativos ao Sporting. Mas até para isso há uma explicação:
- Eu dou-lhe os quatro títulos desde que não tenha de ir ao casamento!- impôs o presidente do FCP, por via telefónica, no momento mais tenso das negociações no Altis. A ver vamos."

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