"Escrevo esta crónica em Amesterdão, onde o Benfica se sagrou bicampeão europeu numa das melhores finais de sempre da Taça dos Clubes Campeões Europeus, e em que, entre os apanha-bolas, constava, ainda adolescente, um tal de Johan Cruyff. Considerado um Deus do futebol, nomeadamente na Holanda e na Catalunha, notabilizou-se pelas mais variadas razões, incluindo a capacidade invulgar para a criação de máximas futebolísticas.
Das muitas que nos deixou, destaco aqui aquela em que compara as equipas ganhadoras com garrafas de água com gás. O holandês defendia que ganhar poderá representar uma ameaça no futuro imediato. É como tirar a tampa de uma garrafa de água gaseificada por breves minutos, deixa de estar 100%. Mérito, portanto, para a equipa técnica e atletas da nossa equipa de futebol que, pelo empenho demonstrado neste início de temporada, contrariam um dos maiores pensadores do futebol moderno. Pelo caminho, foram conseguidos o troféu da Supertaça e a primeira vitória fora de portas na jornada inaugural desde há doze anos, consequências do tal empenho que, geralmente, assegurada que esteja a qualidade dos nossos protagonistas, como está, faz a diferença.
Na base desta postura está a mentalidade competitiva, a vontade indómita da busca pela glória, a rejeição da acomodação, o apetite voraz por triunfos... numa expressão, a 'mística benfiquista'. E foi nela que pensei quando visitei o estádio olímpico de Amesterdão; conferi, minuto a minuto no telemóvel, o desenrolar da partida que nos opôs ao Tondela; ou ainda ao ouvir o meu pai dizer-me pelo telemóvel 'Grande golo do André Horta, ganhámos 2-0' em vez do convencional 'Olá, estás bom?'."
João Tomaz, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!