"Se Renato Sanches for hoje titular contra os austríacos haverá gente imediatamente disposta a rasgar em mil bocadinhos o Cartão de Cidadão numa manifestação de protesto contra sabe-se lá o quê embora se adivinhe. E é caso grave. A questão actual é que há muito tempo que a Selecção Nacional, a suposta 'equipa de todos nós', não se via tão tristemente rebaixada ao patamar doentio da clubite. A verdade é que nesse bafiento rés-do-chão das discussões entre Agosto e Maio - o período estipulado da época oficial - toda a parvoeira é consentida em prol da verdade desportiva de cada um e das necessidades comerciais de todos, o que também tem o seu peso.
Por isso mesmo, convencionou-se que a 'silly season' dura enquanto durar cada temporada e, na realidade. não houve 'season' mais espectacularmente 'silly' do que a de 2015/2016, como estarão certamente recordados - ao que, depois, se segue o chamado 'defeso' que é o tempo das merecidas férias do país futebolístico extenuado por 9 meses de gritaria. Mas este ano, não. Estamos para lá do meio de Junho, em pleno defeso. mas a 'silly season' não mete férias. E é esta a anunciada mudança do paradigma do futebol português: agora temos 'silly season' o ano inteiro.
Quanto a Renato Sanches, respondeu com categoria e em poucas palavras aos seus assanhados detractores. Reconheceu humildemente a sua "falta de experiência", lembrou que quem manda é o seleccionador e dispôs-se a aceitar com naturalidade qualquer decisão de Fernando Santos. Melhor só se tivesse dito o que disse já num alemão fluente. Mas nem dessa habilidade precisou para vincar a diferença."
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