"Quem é Jorge Jesus? Odiado por uns, amado por outros e ainda odiado e amado (quase ao mesmo tempo) por mais alguns, o treinador que alcançou os 32.º e 33.º títulos do Benfica é tudo menos consensual.
Na cabeça de milhões que tentam perceber um pouco melhor o homem há dezenas de JJ. Há o JJ com dificuldades de expressão; há o JJ duro e, até, insuportável; há o JJ excessivamente vaidoso; há o JJ catedrático; há o JJ que «acardita»; e há o JJ mestre de táctica; e há o JJ potenciador de talentos - as fantásticas evoluções de Coentrão, Witsel e Matic, só para citar os três que mais dinheiro deram a ganhar ao Benfica, são inegáveis...
Depois, há ainda o JJ que é sportinguista - Virgolino, o pai por quem Jesus mantém enorme devoção, é adepto do clube de Alvalade e foi jogador dos leões nos anos 40 - mas há também o JJ benfiquista de coração, mais fervoroso que o mais fervoroso adepto nos festejos do título, ao ponto de ser confundido por um polícia no Marquês...
Mas há mais JJ: há o teimosos, o irascível, o bem-disposto, o maldisposto, o que hesita, o que não vacila, o que não ouve ninguém, o desconfiado.
Há, contudo, uma característica que terá sido a mais decisiva ao longo da presente temporada: o JJ confiante e que confia nos seus. Os que ouve. Que os respeita. É o caso do 35 do Enzo Pérez. O 35 sem o qual JJ não teria seria provavelmente o JJ do ego exacerbado estará decerto muito agradecido ao seu comandante no campo, a sua voz, olhos e ideias no relvado.
Inesquecível, neste plano, o momento no Benfica - FC Porto da Taça de Portugal quando, com Siqueira expulso e Gaitán na lateral-esquerda, Enzo reorganizou a equipa, depois de Jesus, de braços abertos, lhe ter gritado: «O que queres que faça?» Seria retórica? Estamos certos de que não, Jesus queria mesmo a opinião de Enzo, o argentino introvertido que JJ adoptou e salvou, mas que está ele proprio também a ser... o salvador de Jesus."
João Pimpim, in A Bola
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