Enquanto o Sporting e o Sporting de Braga se mantém entretidos com a discussão sobre quem é o terceiro e quem é o quarto entre os grandes, os presidentes dos indiscutivelmente primeiros e segundos por ordem de grandeza perfilam-se calados e distraídos desta luta que não lhes diz por agora respeito. Quanto ao futuro, nunca se sabe.
Desde que ganhou as presidenciais 2012, Luís Filipe Vieira não mais foi visto nem ouvido e a vida no clube prossegue com normalidade. Pinto da Costa, por motivos clínicos remeteu-se ao silêncio na antevéspera da venda de Hulk ao Zenit de São Petersburgo por 40 milhões de euros e só regressou à fala há coisa de quinze dias, quando festejou os seus 1000 jogos à frente do FC Porto no final do Estoril-FC Porto a contar para o campeonato. Foi tão surpreendentemente longo o período de silêncio absoluto e de desaparecimento físico do presidente do FC Porto que, quando voltou ao activo, no Estoril, já nenhum jornalista entre os muitos presentes se lembrou de lhe perguntar, com o devido respeito, pelo abate de 60 milhões à cláusula de rescisão judiciosamente estabelecida para Hulk.
É verdade que, ao contrário do que é costume, não se têm ouvido os presidentes do Benfica e do FC Porto nestes primeiros meses da competição a sério. A culpa é do Sporting, obviamente. Os sobressaltos da equipa de futebolistas de Alvalade a que se somam os sobressaltos da equipa de dirigentes de Alvalade têm ocupado de tal forma, massivamente, as atenções dos "media" que pouco ou nenhum espaço tem sobrado para Vieira e Pinto da Costa poderem vir dizer das suas, em caso de necessidade.
Com o Sporting em baixo, encheu o peito de ar o Sporting de Braga e veio reclamar a promoção a terceiro grande. E os Sportings andaram assim entretidos por toda a semana que antecedeu o encontro entre os dois em Alvalade. Ficou apenas por saber o que terá aborrecido mais António Salvador: a derrota pela diferença mínima que o atrasou na tabela ou a visita guiada por Godinho Lopes que foi convidado a fazer ao Museu do Sporting antes do jogo. E como no Museu do Sporting não há falta de material, Salvador nem teve de esperar pelo golo anulado a Alan do jogo para saber que há grandes e grandes...
ERRAR É HUMANO
Há gente muito exagerada
No rescaldo da última jornada da Liga e olhando para o campo do adversário, os benfiquistas dividem-se entre os que se congratularam pelo golo anulado ao Sporting de Braga porque assim o Braga ficou mais para trás e os que se congratularam pelo mesmo golo anulado ao mesmíssimo Sporting de Braga porque assim ficou provado que teve de ser um reputado benfiquista, como é o árbitro Pedro Proença, a vir em socorro dos velhos rivais da Segunda Circular para lhes poupar num gesto magnânimo uma série absurda de nove jogos sem vitórias.
Este Sporting de 2011/2012 parece ser um caso muito dado ao exagero. Não que possa ser considerada exagerada a razão que levou o presidente Godinho Lopes a reunir-se com o presidente dos árbitros nas vésperas do jogo com o Sporting de Braga. Todos os presidentes dos grandes, dos médios e dos pequenos fazem precisamente a mesma coisa quando os resultados em campo não são animadores. Exagero terá sido, 24 horas depois do jogo e da vitória tão sofrida, a emergência de um comunicado oficial do clube denunciando de forma veemente as atrocidades cometidas pelos árbitros contra o Sporting e a favor dos rivais neste primeiro terço do campeonato. Está visto que por facciosismo ignoraram o favor do árbitro benfiquista.
POSITIVO
Artur brilha
Depois do pesadelo-Roberto, o Benfica encontrou em Artur uma solução de categoria para a sua baliza. Em Vila do Conde, o guarda-redes brasileiro fechou o jogo com uma defesa de altíssimo nível.
Patrício também
Será injusto que se considere Pedro Proença como a figura decisória do jogo de Alvalade quando o guarda-redes do Sporting não se cansou de defender bolas dificílimas no jogo com o Braga
NEGATIVO
Helton nem tanto
Há sempre um dia em que um bom guarda-redes dá um frango. Aconteceu a Helton no jogo com a Académica no Dragão. O brasileiro do FC Porto ficou muito mal na fotografia do golo de Wilson Eduardo.
PÉROLA
"Nunca seria insultuoso com os adeptos.", RICKY VAN WOLFSWINKEL
Foi apenas uma ilusão de óptica. Uma partida pregada pelos sentidos, melhor dito, pela visão. Uma partida tão bem pregada que até iludiu objectivas de máquinas fotográficas. O holandês do Sporting nem sequer tem dedo do meio. O que o Photoshop pode fazer a um gesto inocente, essa é que é essa."
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