"A herança benfiquista obriga-nos a preservar a identidade, o que é verdadeiramente estruturante e imutável. Assim, há valores que foram amarelecendo nas folhas da História centenária, outros que se renovaram, outros de que não nos podemos esquecer, mas há um que é primordial: o Benfica é um clube democrático.
Com decisões certas, erradas, inócuas e iníquas a História do Benfica foi-se construindo de acordo com a vontade da maioria dos sócios. Não de uma minoria ruidosa ou de uma maioria silenciosa, mas sim de uma maioria activa que, em momentos eleitorais, soube estar presente para designar o rumo a dar ao Clube. Agradados ou não com os resultados das suas escolhas, os sócios souberam sempre demonstrar que o bom nome do Benfica não poderia ser maculado. É a este encontro com a História que somos, novamente, chamados no dia 26. É essencial que todos os benfiquistas percebam que os resultados eleitorais são a voz do Benfica. E esta não pode ficar à mercê de egos, teimosias, presunções ou vinganças pessoais, ódios mesquinhos ou qualquer outra farpa na nossa gloriosa História. Esta capacidade de perceber o Clube para além do umbigo de cada um foi essencial em momentos marcantes da nossa História, desde a fundação. Esta mesma capacidade tem de ser vivida no dia 26, manifestando-se numa participação massiva e marcada por um saudável respeito por parte de todos os sócios intervenientes. A História escreve-se, respeitando-a.
Deste modo, é essencial que as diferentes sensibilidades em sufrágio percebam que, independentemente do caminho escolhido pelos benfiquistas, no próximo jogo do nosso Benfica estaremos todos, em simultâneo e a uma voz, a sofrer pelo valor mais alto que nos une: o benfiquismo."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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